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quarta-feira, março 07, 2018

A IMITAÇÃO DA NOSSA SENHORA LUA - JULES LAFORGUE - TRAD. ERIC PONTY

UMA PALAVRINHA AO PÔR DO SOL

Ô Sol! É Militar coberto de medalhas e pontas,
O fizeste sem à classe, saberás que Vestais,
Há quem há Lua, de falaz dum olhar de felina,
Sendo dum roseiral divinal duma Única Catedral.

Saberás que dos Pierrôs, falenas lhe dominaram,
Ninfeias brancas, donde Gomorra jaze adormecida,
E dos Bem-aventurados que pascidos neste Éden
São renúncias, sempre. Primaverais, te execram!

E que te hão retirado os teus peculiares desprezos,
Segunda, Perdulário, Mascarra, Rastaqueras
Sendo esta cascavel doirada, que ti pôs tão reles
Sóis feita desta pobre Terra e tua ufana lunar.

Andas perseguindo dando crepúsculos inúteis
Nos dias desta ressaca das Festas Nacionais,
Adelgaçando estação ao soltares teus dramas,
Nessas grandes Apoteoses ao fins Umbilicais.

Achegas já, Febo! Deverias, deus do mal Despertar,
Observe-nos este Port-Royal que dos divinos estetas,
Que em teu Decamerão inventaram à luz da Lua
Diziam postar qualquer preço, sem mais, à tua cabeceira.

Ti ficaras muitos dias por durar, só eu percebi;
Porém cresceste na tribo das antigas tradições,
Do «Absoluto, ao que? », sonhando-se Amor e Arte,
Neste aglomerado Inorgânico que foste existir.

Ampara por hoje, vegete, ausente-se conformamos
Com o refregaste nas colinas de Teu Papanatismo,
Isto que o Homem já te avisaste na frente do Poente,
Aposto há quem o jamais lhes tiveras desconfiado.

— Enterraste que lhe diziam ser duma frase estupenda,
Deste osso vistoso, porém, sem essência nenhuma,
Muita conversa vã, porém, tudo não sejais teatro!
A Pureza Febo, sem mais! Os comentários sobejam.

Ô Fantasma do Tempo, onde. Ser, foste castigado,
Com  «Febo, percorrei já! » Contestarás teu retorno
És deste antigo cresceste et multiplicamini,
Para ir-se inocular-se na tua frescura Lunar!

AS LITANIAS DAS QUARTOS LUAS

Ô Lua tão santificada
Quais destas Insônias,

Á branquidão do medalhão
Dos endêmicos,

Ah Estrela fóssil,
Que tudo nos exila,

Esmeralda Sepultura
De Salambó,

És sóis só Una guardiã
Dos Profundos Mistérios,

Ô Madonna e Ô Miss
Sóis Diana-Artemisa,

Sóis Vigilante Santificada
Destas nossas Orgias,

Esta tua má avantesma
Ti amargurarás, só.

Ah, Vós, ô Prestados Sóis Dama
Que botaste em nossas terras,

Sendo o Filtro nos açodar
Destas nossas alucinações,

É Sóis Bovina e Roseiral,
Destes Salmos Derradeiros,

Na formosura teu olhar de felina
Sendo quais das Nossas redenções.

Se constituíres no Uno socorro
Destas nossas unas crenças,

Sóis qual brancura do edredom
Deste nosso Grande Perdão!
JULES LAFORGUE
TRAD. ERIC PONTY

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