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sábado, fevereiro 03, 2018

8 Lust Songs: I Sonetti Lussuriosi - Michael Nyman - Pietro Aretino - TRAD. Eric Ponty

            «Os Modi» são dezesseis desenhos que arquitetam múltiplas posturas amorosas que Giulio Romano (artista próximo de Rafael) fez em Roma até 1524.

              Quase logo foram pintados na gravação em metal por Marco Antônio Raimondi, e o intrépido escritor Pietro Aretino escreveu uns sonetos erótico-burlescos para seguir essas efígies.

A Edição Original extinta Ordem Papal só nos chegou o exemplar mutilado duma tosca edição do século XVI e das cópias que se fizeram em XIX para Conde de Waldeck.

       8 Lust Songs: I Sonetti Lussuriosi é uma paisagem de Michael Nyman, compositor inglês que determinou o movimento Musical de Minimalismo com 8 peças duma coleção de poesia erótica de I Sonetti Lussuriosi de Pietro Aretino.

       As músicas retratam desejos sexuais dum homem e duma mulher em distintos contextos. Marie Angel estreou a peça, espalhando personagens varões e mulheris, incluindo uma velhista, com a Orquestra de Santa Cecilia, conduzida pelo compositor, em 4 de outubro de 2007 no Arsenale, em Veneza, Itália, em uma comissão da Bienal de Veneza.

       A gravação estúdio com Michael Nyman Band foi lançada no disco compacto 29 de julho de 2008. Na música erudita essa composição é considerada uma raridade.

1- Questo cazzo vogl'io, non un tesoro!

No caralho vou eu querer, não um tesouro!
Nisso que já me podeis fazer feliz!
Esta é caralho para Imperatriz!
Amparar mais gema montão doiro:
Ai, me auxilie, pica minha, pois sofro,

Dai-me bem do prazer desta matriz:
Que da bunda pequena se decide
Se minha xota quer cursar na prudência.
Senhora minha, fato é quanto diz;

Quem tem pica anã e fodeu na xoxota
Mereceu-me d´agua fria laxativa.
Quem pouco fodeu no cu noite e dia:
Mas quem do qual eu tinha cruel fera
Sempre xoxota desafoga suja.

Por ser verdade, porém somos da pica
Glutões, retrocedamos pica tão ledos
Que até detrás queremos torre inteira!


2 - —Fottiamci, anima mia, fottiamoci presto,

Fodamos, minh´alma, mas fodamos já,
Todos nós os fodidos termos surgidos;
No caralho tu adoras e amas manar
Mundo sem isso nem figa vale algo.

E assim post mortem foder fosse mui honesto,
Nos narrariam: —Foder nós morreríamos;
Ainda mais Adão e Eva até foderam,
Nos falaram dentre si morrer injusto.

— É vero nos falaram, entre si os patifes
Há não comerem fruto tão traiçoeiro
Ardentia desses amantes não teriam.

Mas falseiem palavreado, até no peito,
Cravar caralho, feixe há alma se exalta,
Me parto, pica morrer clama estar viva!


3- Io 'l voglio in cul. —Tu mi perdonerai,

Eu no cu vou querer —Me perdoarás,
Dona, mas ater-me não amar tal culpa,
Pois é qual há comida do Prelado,
E com gosto arruinado estará sempre.

—Mete-la aqui! —Não fareis—. Farás, sim.
— Por que? Não se vivias já do outro lado,
Na xota id est? —Sim, porém mui mais grato
Meter pica não frente, senão detrás.
— Vós quereis deixar-me aconselhar;
Tua a pica és, e se lhes gostar tanto,
Qual a serva, assim deveis ordenar.

—Aceitar, carinho; empurrá-la ao canto
Acima abaixo, e sem corrente agir.
Ô pica corré, santíssima piroca!

—Remou-vela tanto se é tua vontade.
—Dentro movo com um prazer tão grão
Sobre ela um ano me sentaria ao ponto.


4- Tu pur a gambe in collo in cul me l'hai

Tuas puras minhas pernas junto ao cu, fazem,
Me hei estado bem: No embate, dum fanfarrão!
Nesta armação qual me apoio nessa cama,
Ai, me esvaneço prazer é deste teu me dás!

evolver-me nesta cama, da qual me arranjas
Rompendo pendente aqui cabeça abaixada,
Na Dor de filhos, merda que gratifica passa.
Da crueza Amor, é onde me fizesses estar!

Pensas tu faras? Que te dera tensão.
Tua língua dar-me um pouco, sulco d´ alma minha:
Assaz pensa quem sirva bem de quem se silencia.

A xoxota dum pouco de prazer me queria,
E, pois, do cu senão não teria dado à paz.
Atropela, padrinho, que se já partiu a pica!



5- Dammi la lingua,appunta i piedi al muro

Dai-me língua, me aponte sola pés parede;
Espremei coxas é apertada, me estreitai;
Vai-te virar um pouco a pouco na cama,
Só haverá ter gozado ganhar haver me dado.

Ai, pérfido! Que caralho tão duro tens!
E Ô, Como! Que gostosa xoxota dás!
Um dia no cu tu metas eu ti prometas
E me asseia ao tirar-lhe o que ti asseguro.

Agradeço vós, ô querida Lorenzina,
Encorajar servir-te, porém isso me impele,
Empuxando qual saber fazer Ciabattina.

Terminarei já quando tu haver terminado?
—Agora! Dei-me dessa toda tua linguinha.
Que ao padecer! —E eu sou dessa tua razão;

Assim que já tu findas e assim tu terminares?
 —Já, depressa haveria d´alguma, aí senhoril meu.
—Já o disse a mim. —E sendo aí Senhor e meu Deus!

6 - E saria pur una coglioneria

A Burrada seria de agora uma estupidez,
O de temer haver ganhado foder-te agora,
Ter nessa xoxota dum caralho foi metido,
E cu vago ficarás algo tão desconsolado.

E terminasse em mim essa minha descendência!
Pois eu vou foder-te atrás dum jeito muito baixo,
Iras diferenciarás o olho da greta igual,
Deste vinho de aguado dá o que do maldizer.

—Foda-me está a fazer comigo o que queiras,
Na xoxota no cu não me importando com nada
E donde faças que tu deverias fazer devas.

Que eu na xoxota o fogo cu que eu tenho em mim,
Quantas picas houvera duma vaca há mula
Não me diminuiu sendo grande meu desejo.


8 - Apri le coscie, acciò ch'io vegga bene il tuo bel culo

Abre teus lábios, afim eu olhar bem
Do teu formoso cu e xota de frente;
Cu altera de opinião trocar de pica!
A Xoxota o coração destilar veias!

Enquanto galanteio, elogios me chegam
Lhe beijando tudo isto num só improviso,
Pareço-me ser ainda Belo Narciso
Num cristal está minha pica fogosa.

Aí farsante, velho; Da cama do chão!
Se bem te observo, puta, ao se preparar-te
De tua costela te irrompa eu teu peito.

Em ti me achego, afrancesada velha,
É, pois, pelo prazer mais que perfeito
E sem cântaro em um poço me poria.

PIETRO ARETINO 
             (Arezzo, 20 de abril de 1492 - Veneza, 21 de outubro de 1556) sendo um poeta, escritor e dramaturgo italiano.
             Versado principalmente por seus escritos devassos (sobre todo por seus Sonetos luxuriosos), também assegurou com obras moralizantes que lhe congraçaram com o ambiente cardinalício do qual este convivia.
           É um dos intelectuais mais representativos do espírito renascentista italiano e uma das figuras que melhor demostram a superação da visão teológica e ética medievais. Seus escritos sobre arte e sobre Tizianismo especialmente, ao propiciarem múltiplos empregos e o incentivarem no prestigio internacional deste pintor.


TRAD.ERIC PONTY

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