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quinta-feira, setembro 07, 2017

Para um que é muito alegre - Charles Baudelaire - Tradução Eric Ponty - Poema Condenado



À Carine
Tua cabeça, teu ar, todas vias
São paisagens quão do campo;
Teu riso tocar teus lábios e olhos
Quão ventos dia sem nuvens.

Sombria fatiga, limpar teus dotes,
São enlevados pela vitalidade
Isso cintilares quão tu és acesa
Ausente teus ombros e teus braços.

Todas as cores vivas e as vias
Ressoares como tu se vestiste
Tenha poetas em teu lazer
Armando um balé de flores.

Estes roupões pródigos são insígnias
Dando profusão louca que tu és;
Insana, eu também estou a endoidar,
E te odeio mesmo quando ti amo!

Às vezes, dentro de um parque,
Repousar, donde tirei minha apatia,
Senti uma certa ironia porque
A luz do sol lanceou meu peito.

E, então, a luxúria da primavera
Humilhou-se no meu cerne
Te separei uma flor a punir ti
Na audácia da Natura.

Então, amarias, quando tu ficares
A dormir, era a volúpia,
Ao tesouro do teu corpo
Silente, furtivo,

A amachucar teu peito sempre acre,
E esculpires em teu lado chocado
Uma lesão tão funda quanto larga,
A castigar tua carne muito alegre.

E, tua doçura que me avigoraria!
Nestes dois lábios tão rubros e novos
Minha irmã, o que eu fiz aos belos,
Deslizar minha peçonha, * amorosa!
Tradução Eric Ponty

A celle qui est trop gaie

Ta  tête, ton geste, ton air
Sont beaux comme un beau paysage;
Le rire joue en ton visage
Comme un vent frais dans un ciel clair.

Le passant chagrin que tu frôles
Est ébloui par la santé
Qui jaillit comme une clarté
De tes bras et de tes épaules.

Les retentissantes couleurs
Dont tu parsèmes tes toilettes
Jettent dans l'esprit des poëtes
L'image d'un ballet de fleurs.

Ces robes folles sont l'emblème
De ton esprit bariolé;
Folle dont je suis affolé,
Je te hais autant que je t'aime!

Quelquefois dans un beau jardin
Où je traînais mon atonie,
J'ai senti comme une ironie,
Le soleil déchirer mon sein

Et le printemps et la verdure
Ont tant humilié mon cœur,
Que j'ai puni sur une fleur
L'insolence de la Nature.

Ainsi je voudrais, une nuit,
Quand l'heure des voluptés sonne,
Vers les trésors de ta personne,
Comme un lâche, ramper sans bruit

Pour châtier ta chair joyeuse,
Pour meurtrir ton sein pardonné,
Et faire à ton flanc étonné
Une blessure large et creuse

Et, vertigineuse douceur!
A travers ces lèvres nouvelles,
Plus éclatantes et plus belles,
T'infuser mon venin, ma sœur
Charles Baudelaire



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