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segunda-feira, dezembro 01, 2025

O POEMA DO TEMPO - STEFAN-GEORGE- TRAD. ERIC PONTY

Vós, meus contemporâneos, já sabiam
Me aferiram e me julgaram - estavam antes errados.
Quando, no barulho e na cobiça licenciosa da vida
Com passos pesados e dedos grosseiros, correram:
Eu era estimado o príncipe ébrio de unguento
Que sacudia docemente sua τακτε zähltε
Em airosa elegância ou dignidade serena.
Em pálida festividade distante da terra.

De toda uma juventude de obras ásperas,
Não prediziam nada das tormentas da tempestade,
Após o auge dos sonhos crespos e sangrentos.
>Ainda este amigo na aliança! E não apenas ansiando
Por τατ, o rebelde envolveu
Com punhal e tocha a casa do inimigo...
Vós, experientes, não deixam transparecer nenhum arrepio. 
Não deixam transparecer nenhum sorriso.
Ficaram cegos para o que dormia sob um fino véu.

O flautista então os levou à montanha maravilhosa
Com sons sedutores e apaixonados. Mostrou-vos
Tesouros tão estranhos que, aos poucos,
O mundo que até pouco tempo atrás era 
tão elogiado passou a ser visto com desgosto.
Agora que alguns já sussurram arcádicos
E ostentam sua fraqueza: ele pega a fanfarra
Ferindo a carne podre com suas esporas
E, tocando alto, leva-os de volta para a multidão.

Enquanto os anciãos elogiam isso com admiração,
Suspiram: tal majestade desceu!
O canto das nuvens transfiguradas tornou-se um grito!
Vós assistem mudanças. Mas eu fiz o mesmo.
E a trombeta zelosa de hoje toca
E fogo líquido lança branco que amanhã
Fácil toda a beleza, força e grandeza ascendem
Da canção silenciosa de flauta de um menino.

STEFAN-GEORGE- TRAD. ERIC PONTY

  

 ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA 

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