Sem cessar, eu esculpo um verso que eu limei
Sob a pálida luz da lâmpada que douro
Ela acende na borda cintilante do toro
Do tinteiro coberto por seu fecho maciço
O rubor fugaz e moribundo do crepúsculo.
A Rima não quer me dar seu sorriso:
Mas eu a perseguirei em seu boudoir charmoso:
Não adianta gemer — abra-me sua caixa!
Suas joias estão ocultas em um cofre fechado,
Cuja fechadura desafiaria toda a arte mourisca:
Ela voa com um suspiro alarmado.
Quando meu estilete a quebra, perfura e fura,
Então ela se abate trêmula nas margens do Bósforo,
Como uma virgem oriental, agachada no lavadouro;
E ritmando suas canções ao som de seu batedor:
Como um brilhante lapidado com uma grande faceta,
Sob um véu, seus olhos brilham para me ver:
“Não adianta gemer, abra sua caixa!
A rima murmurou o som doce e amado,
Lisette, um nome triste, que ainda me persegue:
Ah! Se eu tivesse o amor que semeei por toda parte,
Quando o fogo do meu peito jorrava por cada poro!
Mas, infelizmente, quebrei minha caixa de Pandora,
expulsei os prazeres do meu sombrio castelo
e guardei a dor, um vampiro de voo negro,
morcego pálido ou morcego-de-cabeça-branca pegajoso
Batendo suas asas fracas em meu peito, seu aposento:
"Não adianta lamentar, abra sua caixa para mim.
ENVIO
Príncipe, atice o fogo que arde a passo no abafador!
Não durma, na noite de núpcias, qual um esquilo
E brinque possante com o empurrador.
Terás que forçar a Rima para obtê-la!
“Não adianta gemer; abra-me sua caixa.”
Janeiro de 1888
MARCEL SCHWOB - Trad. Eric Ponty
ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA
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