APARIÇÃO
É infante das crianças, a alma e o amor dos Deuses,
Nascida do primeiro beijo do mar e das rosas,
Que guarda num sorriso estranho e sério,
O infinito da carne entre teus lábios rosados;
O infante cujos olhos verdes, cheios dum vasto pesar,
Os olhos cor de musgo e floresta molhada
Abrigam obscuramente como um tesouro secreto
As dores distantes de uma estrela exilada.
Ele aparece um dia para aqueles que o sonharam,
Depois voa para longe. O sonho deles, infeliz, imperfeito,
Alimenta-se para sempre de uma efígie infrutífera.
Eu vi. Agora, ó meus olhos, tudo é vão
E eu expiro, como aquele pajem romano
Que morreu por ter olhado para a Mona Lisa.
ZEUS
Sob a coroa de um bando de águias imóveis,
Com grandes olhos fechados para um sonho eterno,
Zeus contém em teu seio todos os deuses inúteis
E sozinho preenche o abismo deslumbrante do céu.
Desde sempre ele dorme em teu sono solitário,
do qual nada no futuro o despertará:
ele rola em tua noite os sóis e a terra,
sonhando com tudo o que foi e tudo o que será.
Nossa altivez enlouquecida durante uma breve hora
Crê agir e se consume em gestos decepcionantes:
A ação tão alardeada, ó vertigem! É um devaneio
Que inspirado por teu sonho em sonhos vivos.
O desejo de criar que corrói nossa alma pura,
Sendo a mesma é apenas um vaivém de teu sonho sem fim,
Que criou está obra de beleza que sonhamos,
O sonho indiferente desse sonhador divino!
Com grandes olhos fechados para um sonho eterno,
Zeus contém em teu seio todos os deuses inúteis
E sozinho preenche o abismo deslumbrante do céu.
Desde sempre ele dorme em teu sono solitário,
do qual nada no futuro o despertará:
ele rola em tua noite os sóis e a terra,
sonhando com tudo o que foi e tudo o que será.
Nossa altivez enlouquecida durante uma breve hora
Crê agir e se consume em gestos decepcionantes:
A ação tão alardeada, ó vertigem! É um devaneio
Que inspirado por teu sonho em sonhos vivos.
O desejo de criar que corrói nossa alma pura,
Sendo a mesma é apenas um vaivém de teu sonho sem fim,
Que criou está obra de beleza que sonhamos,
O sonho indiferente desse sonhador divino!
ALBERT GIRAUD - TRAD. ERIC PONTY
ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA
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