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domingo, outubro 26, 2025

A VÓS, REIS. - VICTOR HUGO - TRAD. ERIC PONTY

Quando os cristãos foram condenados aos leões na antiguidade
Pelo levita e pelo pretor, tratados para defender
Uma causa idólatra,
Eles foram em frente, enquanto o vasto Coliseu
Milhares de pessoas reunidas os observavam, 
e eles caíram em meio ao grito do aplauso do "povo".
Na véspera daquele dia de suas noites, o último!
Nos portões de suas masmorras, um maravilhoso repasto,
Rico, sem restrições, sem preço,
Para que os condenados pudessem (por assim dizer) 
ganhar força antes de sangrar, com um dó ignorante, 
os carcereiros se alastrar-se para os mártires de Cristo.
Oh, era estranho para um aluno de Paulo reclinar-se
Em um sofá voluptuoso, enquanto o vinho Falerniano    
Enchia sua taça até a borda!
Música dulcíssima da Grécia, repouso asiático,
Fragrância picante da Arábia, rosa italiana,
Tudo unido para ele!
Todo luxo versado na vasta extensão da Terra,
Em profusão obtidos, foram postos para realçar
O repasto que lhe davam;
E nenhum sibarita, aleitado no colo do deleite,
Que tivesse provado um festim qual que auferiu naquela noite
Os eleitos da sepultura.
E o leão, enquanto isso, sacudia sua pesada corrente,
O tigre uivava alto e ferozmente, frenético por manchar
A arena sedenta de sangue;
Enquanto as mulheres de Roma, que vitoriaram esses feitos
E que cortejavam o gozo vindouro, devem
Envergonhar a hiena punge.
Elas que figuraram qual convidadas naquela véspera derradeira,
Por sua vez, no dia seguinte, estavam esperados a dar
Aos leões seu sustento;
Pois eis que, sob o disfarce de um servo naquela leira,
Onde suas vítimas fruíam de tudo o que a vida pode dar,
A morte estava gerindo.
Assim, ó monarcas da terra, foi seu festim de poder,
Mas o toque de finados atroou em sua hora festiva.
É seu axioma que soa!
Para o tigre popular está exigida uma presa,
E a boca da fome republicana se nutrirá
Em um festim de reis!

VICTOR HUGO - TRAD. ERIC PONTY

 

    ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA 

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