Saudações, sombras que se refugiam,
Corredores que descansam ermos ao meu redor;
Sua lua silenciosa, não ouves tais os caluniadores se ocultam,
Meu coração, extasiado por Teu brilho perolado.
Do mundo onde os loucos zombam,
Trabalho para sombras vazias,
Ele foge para ti, que não gosta do tumulto cintilante
Do mundo vão, não! Só a virtude ama.
Somente contigo a alma sente,
Como um dia será divina,
A alegria, cuja falsa aparência tantos altares ostentam,
Tantos sacrifícios são dedicados aqui.
Muito acima, muito acima convosco, estrelas,
Ela caminha enlevada com o santo voo seráfico;
Olha para vos com um olhar Divino santo,
Em sua terra, onde ela dorme....
Sono dourado, só quem tem o coração contente
De virtude benéfica conhece a verdadeira alegria,
Só ele sente convosco - aqui colocaste teus braços fracos,
Que buscam tua ajuda, diante dele.
Ele rapidamente sente o sofrimento de seu pobre irmão;
O pobre chora, ele chora com ele;
Já é consolo suficiente! Mas ele diz: Será que Deus deu teus dons
Só para mim? Não, para os outros também eu vivo.
Não movido pelo orgulho, nem pela vaidade,
Ele veste o homem nu e o alimenta,
A quem a tua débil estrutura conta com uma pálida fome;
E teu coração celestial é arrebatado.
Assim descansa, sozinho, o escravo do vício
Atormenta a voz trovejante e ansiosa da consciência,
E o medo mortal os rola em teus leitos macios,
Onde a própria luxúria segura a vara.
FRIEDRICH HÖLDERLIN - TRAD. ERIC PONTY
Nenhum comentário:
Postar um comentário