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quinta-feira, setembro 26, 2024

UM SONETO À MODA DE QUEVEDO - ÉRIC PONTY

 Quantos forjares mais ferros ao fado
 de mi esperança, tantos oprimidos
 arrastareis cantando, e seu ruído
 instrumento a mi voz será acordada.

Jovem mal da inveja perdoado,
da cadeia tarde tão redimido,
de quem é pôr não amável foi vendido,
por falar- te vendido fui adorado.

Que pedra se lhe abuso ao soberano
poder, qualificada há de real zelo,
que o remédio frustrasse aquele espera?

Conduzido alimenta, de um camelo,
 um a outro profeta. nunca em vão
 foi do esperar, para um entre tantas feras.

Éric Ponty

ÉRIC PONTY - POETA- TRADUTOR- LIBRETTISTA

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