Caro Eric:
Já havia sido agraciado com um exemplar da restritíssima tiragem de “Melancolia de uma tarde de domingo”. Na época não consegui nenhuma. Tarde de domingo para responder. Agora, acabo de receber “Livro Sobre Tudo ", continuo sem tempo, mas já não posso deixar em branco. Registro que na leitura de ambos, pude ouvir o badalo embaralhado, em surdina, à balada agônica dos sinos: “de matéria sólida e de mineiro”.
Também reencontrei uma montanhosa melancolia, um grito ressecado pelo tédio desentranhado da garganta da tarde. A música dos versos revela um eco moderno, tradução da tradução da tradução, de um simbolismo exasperado. Sina de Minas? Aceite o meu abraço do
Augusto Massi
Retiro minha persona revestida de mim,
olho para dentro do que eu sou
da imagem do que eu era
para a essência do que sou.
Margem pura de mim...
O que eu escuto são os gritos da tardinha,
acumulados sons esmaecidos
pela lente que eu focalizo os espaços
adentrados...
É verão e à tarde já principia a sua canção,
seu kyrie domingueiro num piano
que se desfaz em notas assonantes.
O cenário se há um cenário adentrado
é o instante que percorro...
olho para dentro do que eu sou
da imagem do que eu era
para a essência do que sou.
Margem pura de mim...
O que eu escuto são os gritos da tardinha,
acumulados sons esmaecidos
pela lente que eu focalizo os espaços
adentrados...
É verão e à tarde já principia a sua canção,
seu kyrie domingueiro num piano
que se desfaz em notas assonantes.
O cenário se há um cenário adentrado
é o instante que percorro...
Tosca peregrinação do meu tédio,
o que eu circundo é um mistério,
guardado de divinas coisas
advindas.
De repente é o meu suplicio
este instante que deliro
por incertas estradas embranquecidas
pelas auroras de chuva.
Na serra há uma fortaleza, e uma promessa
que circunda tudo com suas margens
pedreiras.
Dou o meu grito no espaço que se espaça,
leva para longe minha angústia
de luminosos raios de lua
negras setas de um relógio
que marca o tédio e a monotonia.
É o meu tédio uma canção passageira
que não cai em desuso
que não perde sua folhagem ferrugem
que se distrai, que se retrai
no tosco grito.
É o meu tédio uma canção passageira
que solta as flâmulas da bandeira
deixar cair tombada no espaço
que me busco e não me acho.
É o meu tédio uma canção passageira
acorde de todas as manhãs
usuais verbos dos defuntos
que a si recitam versos
quando tombam no solo seu último delírio.
É o meu delírio uma canção passageira
que leva e traz notícias alvissareiras?
Eu te escuto tédio meu, singelo martírio
dissecado e nu de presságios...
o que eu circundo é um mistério,
guardado de divinas coisas
advindas.
De repente é o meu suplicio
este instante que deliro
por incertas estradas embranquecidas
pelas auroras de chuva.
Na serra há uma fortaleza, e uma promessa
que circunda tudo com suas margens
pedreiras.
Dou o meu grito no espaço que se espaça,
leva para longe minha angústia
de luminosos raios de lua
negras setas de um relógio
que marca o tédio e a monotonia.
É o meu tédio uma canção passageira
que não cai em desuso
que não perde sua folhagem ferrugem
que se distrai, que se retrai
no tosco grito.
É o meu tédio uma canção passageira
que solta as flâmulas da bandeira
deixar cair tombada no espaço
que me busco e não me acho.
É o meu tédio uma canção passageira
acorde de todas as manhãs
usuais verbos dos defuntos
que a si recitam versos
quando tombam no solo seu último delírio.
É o meu delírio uma canção passageira
que leva e traz notícias alvissareiras?
Eu te escuto tédio meu, singelo martírio
dissecado e nu de presságios...
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