com o desejo de amar inflamado
Ó sorte!
Saí sem ser notado
Quando minha casa já estava silenciosa.
No escuro e em um lugar seguro
Pela escada secreta, disfarçado,
Ó sorte!
No escuro e no sombrio,
quando minha casa já está tranquila.
Na noite feliz,
em segredo, que ninguém me viu,
nem eu vi nada,
sem nenhuma outra luz e guia
a não ser aquela que ardia em meu coração.
Ela me guiou
mais seguro do que a luz do meio-dia
para onde eu estava esperando
que me conhecia bem,
em um lugar onde parecia não haver ninguém.
Ó noite, que tu guiaste!
Ó noite suave, mais do que a aurora!
Ó noite que tu uniste
Amado com amado
Amado a amado transformado!
Em meu peito florido
aquele todo foi guardado somente para ele,
Lá ele adormeceu,
e eu lhe dei um presente,
e a madeira de cedro lhe deu ar.
O ar da muralha,
quando eu espalhei teu cabelo,
com tua mão serena
em meu pescoço, me feriu,
E suspendeu todos os meus sentidos.
Fiquei e me olvidei de mim mesmo,
Encostei meu rosto em minha amada;
cessou tudo e me deixou,
deixando meus cuidados
entre os lírios olvidados.
São João da Cruz - Trad. Eric Ponty
ERIC PONTY - POETA - TRADUTOR - LIBRETTISTA
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