Em um ensaio no The Spectator (setembro de 1712), recolhido neste volume, Joseph Addison observou que a alma humana, quando sonha, soltada do corpo, é ao mesmo tempo do teatro, dos atores e do público. Podemos acrescentar que é também o autor da fábula que está comparecendo. Existem lugares análogos de Petrônio e Dom Luis de Góngora. Uma leitura literal da metáfora de Addison poderia nos levar à tese perigosa atraente de que os sonhos constituem a mais antiga e não menos complexa dos gêneros literários. Esta curiosa tese, que não temos dificuldade em aprovar para a boa execução deste prólogo e para a leitura do texto, poderia justificar a composição duma história geral dos sonhos e de sua influência sobre as cartas. Este volume para a diversão do leitor curioso, ofereceria algum material como este:
Nestes portões Ocidental duma cidade, brincavam e riam virgens crianças tão ondulados e leves quais leves nuvens no inverno. Nem chego lhes observar porquê jazida uma Nossa Senhora Dorme, e, lhes noto seus encantos, pois jazida em seu manto sendo que seu vestido é branco e com seu véu denso, muito mais a galharda do que minha pobre adorada...
Pouco importo o perfume que têm, pois, em seu vestido e com seu manto espesso com joias cultas, o perfume de minha amada me é embriagada restando a recitar um poema trazido de muito longe:
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