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sábado, outubro 10, 2020

Tomé Portes del-Rei - ERIC PONTY

Tomé Portes del-Rei — assim — teria feito uma recomendação a nós, só, os habitantes lastimáveis, aos minúsculos sanjoanenses refugiados na mais remota distância diante do pôr do sol do Lenheiro, exatamente ao sanjoanense o Tomé Portes del-Rei o fez a recomendação antes de seu assassinato importante recomendação sobre nosso destino. Fez a pajem se ajoelhar ao pé e segredou-lhe recomendação sobre nosso destino na memória da pajem; estava tão empenhado nela que o mandou ainda a repetir para si próprio. Como se fosse um aceno de cabeça confirmou a exatidão do que tinha recomendado. E perante todos os que assistiam à cena — todas as impossibilidades que impedem a chegada de tal recomendação foram derrubadas e nas amplas memórias que se lançam ao alto das grandes do Porto de Passagem  que formavam um rio — que veio a se chamar Rio das Mortes, perante todos Tomé Portes del-Rei  despachou importante recomendação sobre nosso destino. Esta recomendação sobre nosso destino se pôs imediatamente em marcha; é uma recomendação robusta, infatigável; estendendo ora um sanjoanense, ora o outra a recomendação, como se abre Porto de Passagem tal recomendação; quando esta encontra resistência aponta para quem foi o porte de Tomé Portes del-Rei onde está o símbolo do Pôr do sol do Lenheiro;  para alcançar fácil como nenhuma outra recomendação. Mas a recomendação é tal vulto, suas recomendações não têm fim. Fosse um pasto livre de prédios que se abrisse, como tal recomendação sobre nosso destino nos chegaria! — e certamente nós logo receberíamos essa esplêndida recomendação de seus contextos na nossa História. Ao invés disso porém — como são vãos nossos esforços; continuamos sempre forçando o Porto de Passagem pelas memórias da Matriz que não há mais; nunca iremos ultrapassá-las; e se o conseguíssemos nada ainda estaria ganho: teria de percorrer pelos outros levamentos históricos de ponta a ponta e depois das igrejas para primeira igreja da Matriz que nos circunda sendo que a primeira deixou de existir; e outra vez memórias e da Matriz; e novamente fazer outro levamento; e assim por diante, durante muito tempo; e se afinal nos se precipitássemos do mais externo desses levantamentos — mas isso não pode acontecer jamais, jamais — só então Tomé Portes del-Rei teria diante de si a sua cidade-sede, o centro do que hoje, repleta da própria honra amontoada e assassinada recuperada. Aqui, porém ninguém penetra; muito menos com a importante recomendação sobre nosso destino. — Nós entanto estamos sentados junto à tela do computador por causa da pandemia e pensamos com essa recomendação sobre a importante do qual pode ser nosso destino de cidade quando Pôr do sol do Lenheiro ocorrer.  

ERIC PONTY

 

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