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terça-feira, outubro 06, 2020

(Fragmento – O Corvo em Uma e Outros Poemas – Trad. Eric Ponty – Inédito)

O CORVO

 

Certa há meia noite luar fado e vexar
sobre mui e curiosos tomos da Antiguidade;
então contido, ouvi qual há um rodava luar:
suave alguém chamava a porta quase um rogar.
«Será uma visita —disse— porta do meu folgar».
Isto só e nada mais.


O fruto claro: era dezembro inclemente, dia,
e cada máscula fintava caía ao chão, espectral.
Alheava ao novo dia, pois nenhum tomo podia
—Leonor já não existia— meu triste dissipar.
Os anjos a chamavam Leonor, alva e sem par:
seu nome tumba não mais.

ERIC PONTY

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