Pesquisar este blog

segunda-feira, setembro 14, 2020

MENINO RETIRANTE DE CÂNDIDO PORTINARI - UMA LEITURA POLISSEMICA PARA SALA DE AULA - ERIC PONTY - 2020

PARA MÁRCIA ANDREA, PROFESSORA DE INGLÊS DA SECRETÁRIA LESTE 1 LÍNGUA PORTUGUESA DA SECRETÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO 

O quatro do Menino Retirante, é de tal densidade para mim, que me ecoa na minha concepção, não como uma pintura à óleo de um Menino Retirante foi expulso de sua condição essencial, passa a ser um profundo retrato ontológico da condição do ser, e do estar no mundo, que me remonta ao filósofo alemão Martin Heidegger quando esse analisa também alemão Holderlin.

Parafraseando, Martin Heidegger, sobre a pintura do modernista Cândido Portinari, esse quadro que mostra ao homem moderno a sua época e lugar como sendo aqueles do qual daqueles que os deuses fugiram.

Primeiro vamos ler o poema Menino Retirante na voz do artista plástico mineiro Fernando Campos:

Ao usar substantivo feminino Casa, no final do primeiro verso, podemos, chegarmos a três acepções de Casa que é conjunto dos membros de uma família, se o Menino Retirante está no quadro, ele está longe dos membros da família, porque perdeu, o lugar fundador de um lar histórico, está em permanente solidão.

Ao usar substantivo feminino Casa no final do primeiro verso, podemos, chegarmos a uma segunda acepção de Casa: lugar destinado a encontros, a reuniões ou à moradia de certas categorias de pessoas, cujos interesses, origens e cultura por vezes representa ou expressa.

Se o Menino Retirante está no quadro, está em permanente solidão, suas origens e cultura estão perdidos da condição do ser, e do estar no mundo sendo que está alheio ao lugar destinado a encontros lugar como sendo aqueles do qual daqueles que os deuses fugiram.

Ao usar substantivo feminino Casa no final do primeiro verso, podemos, chegarmos a uma terceira acepção de Casa: conjunto de espectadores presentes a um espetáculo qualquer quando pensamos em arte como vontade de representação ou condição da pintura singular de Cândido Portinari.

Desculpe-me, se estou sendo prolixo, mas precisei examinar essas três acepções ao usar substantivo feminino Casa, no final do primeiro verso, mas, é fundamental para se entender que o que é esse substantivo feminino deslocado no final do primeiro verso, de quem peguei emprestado a montagem do cineasta russo Sergei Eisenstein ao usar substantivo feminino Casa no final do primeiro verso para chegar à primeira enunciação do primeiro verso que é Por que.

Se o Menino Retirante está em movimento, Por que dá o descolamento do movimento emprestado a montagem do cineasta russo Sergei Eisenstein que se une a todo enunciado acima, que vai fazer Leitmotiv: com a repetição intrínseca e Leitmotiv de todo poema.

O  Leitmotiv é uma frase musical curta e constantemente recorrente em música uma técnica de composição introduzida por Richard Wagner em suas óperas, que consiste no uso de um ou mais temas que se repetem para ser mais próximo a vocês, são aqueles ouvidos sempre que surge a Companhia do Anel e a Companhia dos Anões respectivamente nas trilogias cinematográficas O Senhor dos Anéis e O Hobbit.

A preposição por significa na acepção perto de, ao lado de (lugar), como sendo lugar daqueles do qual aqueles que os deuses fugiram. Se o Menino Retirante, está em permanente solidão é por está em permanente movimento, deslocado de sua situação original, que é casa, que remete ao todo que enunciei acima.

Por que, no início do primeiro verso que nada mais é uma pergunta inerente a todas crianças que perguntam o Por que, e, incomodam todos país, mas é uma questão primordial aos filósofos sendo o Leitmotiv que perpassa todo esse poema como uma pergunta ontológica ao quadro de Cândido Portinari.

Quanto substantivo feminino partes podemos chegar a seguinte acepção que é área ou região não especificada; local, lugar, sítio é porque esse é fundador de um lar histórico para os povos de quem o Menino Retirante está alheio da condição do ser, e do estar no mundo, como estamos vendo com a destruição e a pandemia nos índios brasileiros. Se o quadro não como uma pintura à óleo dum índio, mas, representa o mesmo retrato ontológico da condição do ser, e do estar no mundo.

Quanto ao tão cedo podemos chegar a seguinte acepção do advérbio Cedo que é ao alvorecer; de madrugada, que segundo que me remonta ao filósofo alemão Martin Heidegger quando esse quando esse afirma que a existência de Deus não se oculta na escuridão. Ainda mais encobridora que está claridade mais clara. Na sua serenidade o Deus acima medita sobre o destino da relação infinita. Já os gregos sabiam que a claridade é mais encobridora que a escuridão.  

Meus queridos, espectadores, vocês, professores como eu, já dei a primeira chave para interpretação do primeiro verso explicando:  Por que partes tão cedo de casa.

Passemos ao segundo verso que se inicia com Que na sua acepção de pronome em frases interrogativas, diretas ou indiretas, em referência a pessoas ou coisas como já delimitado anteriormente por mim. 

Procura substantivo feminino que segundo acepção é indagação de ordem filosófica ou metafísica; busca.

Se o Menino Retirante está no quadro, está em permanente solidão ele se encontra na condição de busca de uma ordem metafisica que é preposição inicial do início do segundo verso: Que procuras?

Segundo Martin Heidegger Na sua serenidade o Deus acima medita sobre o destino da relação infinita pois, esse quadro que mostra ao homem moderno a sua época e lugar como sendo aqueles do qual daqueles que os deuses fugiram.  

Em reposta a essa ordem metafísica do Menino Retirante temos a seguinte enunciação que é  é ave que voa?

Ave segundo acepção é um substantivo feminino que tem duas bifurcações, a primeira há mais óbvia que é da ornitologia que design. comum aos animais vertebrados, ovíparos, da classe Aves, de corpo coberto por penas, membros anteriores modificados em asas, e bico córneo, sem dentes que não se enuncia em nosso caso; passamos então a segunda acepção que é pessoa que ludibria ou rouba; velhaco, trapaceiro se esse não é o retrato negativo das pessoas que emigram ou seja, a violência patriarcal sertaneja, que persiste na vida urbana como uma espécie de carma ancestral; a estranha mistura de doçura e truculência, de cordialidade e luta de morte.

O Que na sua acepção de pronome em frases interrogativas, diretas ou indiretas, em referência a pessoas ou coisas como já delimitado anteriormente por mim.

Quanto à acepção de voa é um intransitivo que não se pode transmitir ou passar a outrem; intransmissível que na sua acepção intransitivo de derivação: sentido figurado que dá o sentido de desaparecer rapidamente; dissipar-se, já os gregos sabiam que a claridade é mais encobridora que a escuridão ou seja, dissipar é um verbo transitivo direto e pronominal fazer desaparecer ou desaparecer; dispersar(-se), desfazer(-se), espalhar(-se) sendo esse conjuga com o primeiro verso por nós já delimitado.

Desculpe-me, se estou sendo prolixo, mas precisei examinar dessa maneira os dois primeiros versos do meu poema para dar a chave mestra para todo enunciado do poema.

Peço, desculpas, mas aqui não há tempo e nem lugar para perpassarmos todos versos do poema Menino Retirante minimissimamente. Vocês com a chave mestra que lhes passei, podem perfeitamente interpretar o poema.

Tenho que fazer um mea culpa, diante de vocês, meus queridos professores, pois, à colega Adriana Vianna citou um nome dum pensador e crítico de artes italiano, do qual eu não tivesse lido talvez não chegasse a Cândido Portinari que é Giulio Carlo Argan. Quando Adriana cita, ; 'o fazer ético do homem contra o fazer racional da máquina', acho que Adriana, no que foi explanado por ela, está se referindo ao fazer ético do homem que é Cândido Portinari, que nos deu esse quatro antólogo que é o Menino Retirante segurando o bauzinho,  da qual a obra é testemunho; a violência patriarcal sertaneja, que persiste na vida urbana como enumera o próprio Giulio Carlo Argan “ contra o fazer racional da máquina” como uma espécie de carma ancestral; que está estranhando numa mistura de doçura e truculência do próprio existir sertanejo, de cordialidade com a vida e seus mitos que lhe são oriundos deste a nascença e luta de morte quando esse transmigra para a violência patriarcal sertaneja, que persiste na vida urbana onde passa a ser menos visível, para o fazer da máquina para fazê-lo menos visível.

Esse quatro antólogo que é o Menino Retirante, da qual a obra é testemunho, parafraseando, Giulio Carlo Argan, que acabamos por reconhece-lo sem observá-lo. E uma pessoa que por sua herança patriarcal sertaneja de tanto vê-lo descoramos sua imagem, e, ficamos, a imagina-lo mentalmente, mesmo sem querer, mesmo que essa herança patriarcal nos dê raiva, mesmo que no final se reduza numa sombra, que apenas o tedioso hábito (Baudelaire) permite-nos reconhecer.

POETA,TRADUTOR,CRÍTICO IVO BARROSO LADEADO POETA,TRADUTOR ERIC PONTY


ERIC PONTY

Nenhum comentário: