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quinta-feira, julho 23, 2020

Charles Baudelaire, As flores do mal, tradução de Eric Ponty e Thereza Christina Rocque da Motta

L. CÉU NUBLADO

Teu olhar que parece nublado; em vapor
Teus misteriosos olhos (são azuis, cinza ou verdes?)
Às vezes, ternos, mesmo sonhadores, cruéis,
Refletem a indolência e a palidez do céu.

Ti lembras do dia branco, morno e velados,
fazem cernes enfeitiçados fundir em choros,
Quando, agitado em mal ignoto dá aflição,
Os Nervos desperto atiçam a alma já dormida.

Lembras, às vezes, esse belo horizonte
Que elevam sóis nas estações enevoadas...
Como tu brilhas, nesta paisagem já úmida,
Que fulgem os raios brilho de um céu nublado!

Ó perigosa mulher, ó bruma sedutora!
Saberei ainda adorar tua neve e tuas geadas,
E sacar, deste implacável na geada inverno,
Os prazeres mais cortantes que o gelo e ferro?
 Eric Ponty e Thereza Christina Rocque da Motta

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