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sexta-feira, julho 19, 2019

Não entres docilmente nessa noite quieta - Dylan Thomas

Não entres docilmente nessa noite quieta.
A velhice deveria delirar e arder quando no crepúsculo;
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.

Ao que os sábios ao morrer entendam que a treva é justa,
porque suas palavras não relampejaram
não entrem docilmente nessa noite quieta.

Os bons, que atrás a última inquietude chora por esse brilho
com que seus atos frágeis puderam dançar em uma Bahia verde
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.

Os loucos que atrapalharam e cantaram ao sol em sua carreira
e aprendem, já mui tarde, que encheram de pena seu caminho
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.
não entrem docilmente nessa noite quieta.

Os solenes, próximas a morte, que vem com face deslumbrante
quanto os olhos cegos puderam
alegrar-se e arder como meteoros
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.

E tu meu pai, ali, em teu triste apogeu
Maldizer, bendizer, que eu agora imploro
com a veemência de tuas lágrimas.
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.

Eric Ponty

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