A velhice deveria delirar e arder quando no crepúsculo;
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.
Ao que os sábios ao morrer entendam que a treva é justa,
porque suas palavras não relampejaram
não entrem docilmente nessa noite quieta.
Os bons, que atrás a última inquietude chora por esse brilho
com que seus atos frágeis puderam dançar em uma Bahia verde
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.
Os loucos que atrapalharam e cantaram ao sol em sua carreira
e aprendem, já mui tarde, que encheram de pena seu caminho
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.
não entrem docilmente nessa noite quieta.
Os solenes, próximas a morte, que vem com face deslumbrante
quanto os olhos cegos puderam
alegrar-se e arder como meteoros
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.
E tu meu pai, ali, em teu triste apogeu
Maldizer, bendizer, que eu agora imploro
com a veemência de tuas lágrimas.
Raiva, raiva, contra a agonia da luz.
Eric Ponty
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