II
Eu havia
penado como Sísifo,
E trabalhado
como Hércules,
Contra à
carne que se rebela.
Eu havia lutado,
havia assestado
Golpes a
destroçar montanhas,E combatido como Aquiles.
Esquivo
amigo que me guias,
Tu sabes bem,
coragem ímpio,Se empreendermos estas campanhas,
Se temos
descuidado com algo
Nesta guerra
esgotante,Se termos trabalhado bem.
Tudo em vão:
ao rude gigante
Por todas
partes ao meu esforçoOpunha sua atmosfera de astucia,
E sempre um
covarde amparado
Em meus
propósitos, que lhe espiaEntregava às chaves da cidade.
Fosse minha
sorte má ou boa,
sempre uma
parte de meu coração
abriria sua
porta a da Górgona.
Sempre o suborno
inimigo
Sabia
envolver em seu laborInclusive à vitória e a honra!
Eu era o
vencido a quem assediam,
presto a
vender cara seu sangue,
Quando, branca
na vestimenta de neve,
Tão bela, com
à frente humilde e altiva,
Uma Senhora
Vinho, sobre a nuvem
E com um
signo afugentou à carne.
Em uma
tempestade incógnita
de raiva e
gritos inumanos,
E
desgarrando sua garganta nua,
O Monstro
retomou seus caminhos
Pôr os
bosques cheios de amores atrozes,
E a Senhora,
juntando às mãos:
«Minha pobre
combatente que afundas,
disse, em vão
este dilema,
Trégua a vitórias
desgraçadas!
«Te chega um
socorro divino
De que sou
segura mensageira
para tua
salvação, ao fim possível».
—«ô minha Senhora
cuja voz querida
Alenta a um ferido
ansioso
de ver terminar
a guerra cruel,
«Vós que haveis
em um tom tão doce
Quando me anunciais
a boa nova,
minha Senhora,
quem sóis?».
—«Eu havia
nascido antes de todas causas
E também verei
o final de todos
Os efeitos,
estrelas e rosas.
«Ao mesmo tempo,
boa, sobre vós
homens débeis
e pobres mulheres,
Choro. e os
encontros loucos.
«Choro sobre
vossas tristes almas,
Tendo amor
por elas, tendo medo,
por elas, e
por seus desejos infames.
«Isto não é que
seja felicidade.
Cautela,
Alguém a quem amo o disse,
cautela,
temor ao que te suborna,
«vigiai,
temor do Dia Supremo!
Quem sou, me
perguntavas.
Meu nome submete
até aos anjos,
«sou o coração
da virtude,
sou a alma da
sabedoria,
Meu nome
incendia o Inferno pertinaz,
«sou a doçura
que reconstrói,
Amo a todos e
não acuso a nada,
Meu nome, é chão,
se chama promessa,
«Sou o único
hospede oportuno,
Eu digo ao
rei a linguagem verdadeira
Da manhã
rosa e da tarde escura.
«Sou à ORAÇÂO,
e meu fruto
Sendo teu
vicio na derrota aos mais distantes.
Meu
requisito: «Tu, sejas prudente».
—«Sim, minha
Senhora, e sejas me testemunha».
PAUL VERLAINE
TRAD. ERIC PONTY
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