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quinta-feira, maio 17, 2018

ANUNCIAÇÃO - ERIC PONTY


Meus doidos olhos, enquanto olharam,
Vossa figura cheia alto valor cor,
Elas de vós, minha dama, me acusaram
Onde vosso feroz corte tem Amor.

É sim perder momento lhe mostraram,
Como de vós me fizéreis servidor;
Com quais haveis dor me perpetraram,
Vendo no coração claro do temor.

Me carregaram ponto, imperativos,
Há um lugar donde estava mui gente,
Todos de Amor queixando-se mui forte.

Elas ao verme, e muito compassivos,
Disseram: *Dela fazendo-se servente,
Esperar já não podes senão Morte.
I

Um toste se ergueu.  Ressonância ingênua!
Jesus põe cantar! Sino esbelto na orelha!
Manhã emudeceu. Mas cá total silêncio
Surgiu princípio, então sinal, balança.

Ateus do silêncio se arrancam clareza,
Selva permitida ruídos e guardiões;
Sendo manifestação nem à astúcia
Nem tremor amansavam deste modo!

Senão ouvido. Rugir, berros, berreiros,
Diminuíram suas almas. Onde não existia
Senão à igreja tão-só onde acolher som,

Um refúgio de desejo escuríssimo,
Com um umbral de temerosos sinais;
Tu é criaste um templo olvido memória.

II

Uma freira quase surgiu no Carmo,
E desta só aventura cânticos do terço,
Brilhar gentil primaverais rezas céus,
Se transformando em leito no ouvido.

Ao adormecer em mim. E tudo era sonho,
Os arcanjos que me admiravam, destas
Sensíveis toques dos prados já sentidos
E cada novo assombro que me epifania.

Adormecido mundo. Ô Deus rapsódia,
Me limitaste a que nesta homília
Medida despertar? Olhas, pões rezar.

Sua sorte onde está? Dirás, deste tema
Antes de que teu canto se consuma?
E onde ouvi de mim…? Uma freira quase.

III

Possível se a um Deus. Mas, diz-me, será,
Poderá ser-lhe homem aflição dirá?
Seu ânimo discrepe. Cruz veredas espírito,
Não poderás o templo de Jesus ser içado.

Cantar como tu ensinas não é união,
Nem desejo de algo possa ser conseguido.
Canto é existência. Há um deus mui fácil.
Porém nós quando existimos? Quando cai.

Até nosso ser terra e as estrelas?
Não tão só porque amas foste tão jovem,
Nem há uma qualquer voz irrompeu à boca.

Se olvidar cânticos. Cantos ressoarem.
O Cântico é a verdade outro alento, alma,
Um sopro em torno verbo. Advento Deus.

ERIC PONTY

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