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domingo, abril 29, 2018

Á TRANSMIGRAÇÃO D´ALMAS - ERIC PONTY


JONH ADAMS


Ao menino lhe cativavam às torres assustado,
A natureza é igual qual seu afã tão provinciano.
Ah, qual grande cruel mundo, da efígie alumbrada!
Se recordação ao olhar, ao fundo: quão distante!

Na manhã um dia acordamos, cabeça em flamas,
Este coração ferido nos cruéis vis pesares,
E ao ritmo das ondas nós vamos acenando,
Nosso próprio infinito pelas finitas penas.

Nos deixaram, felizes, na vil pátria possuída;
Outros, em horrível culpa; e outros mais, receosos,
Noticiários afogados nos olhos do terror,
Na canção dominante qual ritmos perigosos.

Para não ser equívocos bestas se estremecem,
Ébrios à luz e cansaço, d´ altos céus possessos;
Os céus mordedores, e as aves que se colidem,
Esfumam lentamente às torres dos desejos.

Porém viajantes só são àqueles que partem
Por partirem; corações como globos, ligeiros,
Sem que dum fatal sinal jamais se colidem,
E sempre dizer: Vamos! Ignotos passageiros.

Esses, cujos desejos cultivam quais celestiais,
E sonham, como sonha seu trovão terrorista,
Com ignotos prazeres que prometem viagens,
E que do humano espírito jamais há adivinhado.

Imitamos, terror! Sua trombeta neste eco,
Em seu brio nos brincos; até sonho, avara,
À Indiscrição nos atormenta escota,
E sendo anjo cruel que só vós flagelai.

Sorte estranha: à meta sem cessar se desprega
E, se o lugar se ignora, é quiçá impassível.
Onde o homem, que nunca esperança repulsa,
Ao falar no repouso correr quão um doido!

Alma é dum termômetro procura de iguaria;
Sobre ponte uma voz: «¡Abri os olhos!», grita,
E urge desde da coifa uma voz incendiaria:
«Amor… Glória… Riqueza! Uma roda funesta!».

Almas das torres, éticas, com prósperas orelhas
E com garras fincadas engatilhadas ao fémur,
Altiplanos aos aviões de irritações vagas
Como essa eflorescência das torres leprosas.

Hão logrado injetar, em convulsos ardores,
Sua irreal ossatura ao tisnado esqueleto,
De cimento; seus pés às tão fracas traves
Se entrelaçam durante às noites e os dias.

Sofrimentos eternos ao assento entrevados,
Notam como os sóis adelgaçam sua torre,
Aos, pegados vidros, então se fundiu ao céu,
Tremem com o grotesco sobressalto terror.

E acabam seus Assentos amando-o; à teia,
Tinta rubra cedendo ante Mouros seus sítios;
E, tecendo, ao espírito dos sóis de antanho,
Aos boquejam as espigas que tiveram os grãos.

Nos deixaram, felizes, na vil pátria possuída;
Outros, em horrível culpa; e outros mais, receosos,
Noticiários afogados nos olhares terror,
Os acribias dominantes quais ritmos dolosos.

Possuíam duma mão invisível que mata;
Ao regresso, seus olhos destilam o veneno
Que infecta olhar ferro duma torre atacada
E terminais saudando com nudez fatal!

E quando do austero sonho abateram suas vísceras,
Sobre os braços sonhar nos assentos partidos,
Os espíritos que alguém em mármore talhara
Os que se estufem supremas covas escritórios.

Flores de tinta nos pólens das frontes esculpidas
Lhes medem, ao largo de acurralados cálices,
Iguais que aos gládios num voo de libélulas,
E afiladas espigas se deslumbram aos membros!
ERIC PONTY

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