Pesquisar este blog

segunda-feira, janeiro 22, 2018

3 Sonetos de Charles Baudelaire - Trad. Eric Ponty

Albatroz

Às Vezes para distrair os homens equipagem,
Prendem do albatroz vastos pássaros mares,
Que segue indolente companheiro de viagem,
Um navio escorregadio sobre abismos amargos.

A pena ele tem depositado sobre as tábuas,
Que estes reis do azul sem jeito vergonhoso
Deixando lamentável suas grandes asas brancas
Como remo puxado nas suas costelas.

Passageiro alado como ele está sem jeito débil
Ele há pouco era belo está cômico e feio
E um irritado bico com uma torrada goela
Outro mimo coxear revogar seu voo.

O Poeta é semelhante príncipe das nuvens,
Que se assombra tempestade e se ri arqueiro,
Acha-se exilado sobre chão meio toque 
Suas asas gigantes impedem de andar.
Elevação

Em cima dos charcos, em cima dos vales,
Das montanhas, dos bosques das nuvens, dos mares,
Por além o sol, por além por estas etéreas  
Por além dos confins das esferas das estrelas.

Meu espírito tu te moves por agilidade,
Como um bom nadador se pasmar nas ondas
Tu sulcas alegremente imensidão profunda
Com duma indizível e má volúpia.

Esvoaçam tua longa distância de miasmas mórbidos
Vão te purificar neste ar superior
Bosques como um puro e divino licor
O fogo claro enchendo os espaços límpidos.

Atrás deste tédio e das vastas mágoas
Que carregam seu peso existência brumosa
Alegre este pode de uma asa vigorosa
Caem versam campos luminosos serenos.

Este onde pensa como as cotovias
Versam céus manhãs pegado livre caminho -
Plana sobre a vida e compreende sem esforço
Linguagem das flores e das coisas surdas.
                                                          
Correspondência 

Natureza é um templo onde viventes pilares
Deixam às vezes sair de confusas palavras,
Homem passa defeitos das florestas símbolos
Que se observou com seus olhares familiares.

Como longos ecos de longe se confundem
E uma tenebrosa e uma profunda unidade,
Vasta como à noite e como claridade,
Os perfumes, as cores e sons correspondem.

Está em perfumes frescos como claras crianças,
Doce como oboés verdes como pradarias -
E de outros que se corrompem ricos triunfos.

Possuem a expansão das coisas infinitas,
Como âmbar, almíscar, beijoim, incensos,
Que cantam transportes da alma dos sentidos.
TRAD.ERIC PONTY





Nenhum comentário: