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quarta-feira, setembro 27, 2017

FRANCESCO PETRARCA - DEZ SONETOS - TRAD. ERIC PONTY



VII

Avidez e sono e camas preguiçosas
Baniu todas as virtudes deste mundo,
De modo que, superado pelo hábito,
Nossa natura quase perdeu a passagem.

E todas as luzes benignas do céu,
Informam a vida humana, são tão gastos,
Que ele desejar derrubar um fluxo
de Helicon é aponta sendo maravilha.

Esse desejo de louro e de mirtilo?
"Pobre e nua vai sendo filosofia"
Dizem multidão está atenta ao labor.

Terá uma empresa pobre noutra estrada:
Quanto mais eu te imploro, alma gentil,
A não se afastar da sua grande empresa.

VIII

Ao pé da colina, onde a roupa de encanto
Vestiu primeira dona membros terrestres,
Que muitas vezes lhe enviou vigilância,
Quem nos envia a ti, com sono melancólico,

Passamos livres em paz por meio disso
Vida mortal, todas as criaturas anseiam,
Sem suspeita de encontrar, meu caminho,
Qualquer coisa incomodar nossa caminhada.

Mas no estado miserável em que estamos
Motiva aquela outra vida serena
Só temos um consolo, isto é, a morte:

Qual é a sua paga, que ti levou a isso,
Daquele no poder doutro, perto fim,
Jaz ligado uma corrente mais pesada.

ERIC PONTY


FRANCECO PETRARCA - DEZ SONETOS - TRAD. ERIC PONTY



IX

Quando corpo celestial contar as horas
Retornou para constelação de Taurus,
O poder dos chifres queimados desce
Que vestiu o mundo com suas novas cores:

Não apenas naquilo que está diante de nós,
Bancos e colinas, adornam flores,
Mas dentro donde já orvalho terrestre
Grávida si mesma, não junta nada mais,

Modo que frutas e as coisas estão reunidas:
Como ela, quem é o sol dentre essas donas,
Brilhar raios seus belos olhos em mim.

Cria pensamentos de amor, ações e palavras;
Mas se ela nos governa ou se nos afasta,
Já não há Primavera para mim.

X

Pilar glorioso em quem nós descansa
Nossa esperança e o grão nome latino,
Raiva de Júpiter pelo vento e a chuva
Ainda não se torcia de jeito vero.

Elevam nosso intelecto da terra ao céu,
Não em um palácio, teatro ou arcade,
Mas em vez de abeto, faia ou pinheiro,
Na grama verde atraente montanha adjunta,

Da qual a poesia desce e repousa;
E o rouxinol que lamenta fica chora
Durante toda noite, doce, nas sombras,

Preenche o cerne com axiomas de amor:
Mas tu, partindo de nós, meu senhor,
Só cortar beleza e torná-la viciosa.

ERIC PONTY

sexta-feira, setembro 15, 2017

Correspondência da Musa - Eric Ponty



À Carine
Tua estirpe é nave, onde vibram vivas ondas
Às vezes sussurrar da oração ambígua;
Homem nada dentro mar de tua insígnia,
Cada um meditar tal estilo soar lhe fundo.

São ecos extensos, sombrios, profundos, tais mundos
Ouvir te remota, mistura na ascensão,
Vastos de tua noite, limpidez luz teu sol,
Assim, olores, cores, sons podem te soar.

Olores frescos tais sândalos duma criança,
Outros devassos, ricos, triunfantes, recheados,
Suaves tais oboés, verdes tais verve prado.

Tendo tuas grandezas imensamente vastas,
Cantam assomo acepções perecem tua alma,
De incensos, almíscar, âmbar, teu Benjamin.
Eric Ponty