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quarta-feira, setembro 27, 2017

FRANCECO PETRARCA - DEZ SONETOS - TRAD. ERIC PONTY



IX

Quando corpo celestial contar as horas
Retornou para constelação de Taurus,
O poder dos chifres queimados desce
Que vestiu o mundo com suas novas cores:

Não apenas naquilo que está diante de nós,
Bancos e colinas, adornam flores,
Mas dentro donde já orvalho terrestre
Grávida si mesma, não junta nada mais,

Modo que frutas e as coisas estão reunidas:
Como ela, quem é o sol dentre essas donas,
Brilhar raios seus belos olhos em mim.

Cria pensamentos de amor, ações e palavras;
Mas se ela nos governa ou se nos afasta,
Já não há Primavera para mim.

X

Pilar glorioso em quem nós descansa
Nossa esperança e o grão nome latino,
Raiva de Júpiter pelo vento e a chuva
Ainda não se torcia de jeito vero.

Elevam nosso intelecto da terra ao céu,
Não em um palácio, teatro ou arcade,
Mas em vez de abeto, faia ou pinheiro,
Na grama verde atraente montanha adjunta,

Da qual a poesia desce e repousa;
E o rouxinol que lamenta fica chora
Durante toda noite, doce, nas sombras,

Preenche o cerne com axiomas de amor:
Mas tu, partindo de nós, meu senhor,
Só cortar beleza e torná-la viciosa.

ERIC PONTY

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