Pesquisar este blog

quarta-feira, setembro 13, 2017

Seivas originais - Eric Ponty

À Carine
Seivas originais, de essência, vãs desgraças,
Das
carnes mulher, Eva tuas delicadezas...
Todo esse odor exala por ondas azuis traças,
Do Éter de rósea vulva chispa tuas certezas...

Espelhos tão diluídos, vergão rubro, álacres,
Bel-prazeres, oscilações, ondas, relentos.
Loucas palmas, triunfar mente vagos calacres.
Demais bizarro leite alvo
estremecimentos...

Flores tetras do tédio esvaem em dores velhas
De ardores vãos, dos tântricos cantos , gentios...
Repousas vermelhidões do corpo de ovelhas...

Tudo! Corte e inquieto em frente desta sorte,
Nos tufões vãos quiméricos dos sonhos rios,
Fosse atraindo, ante o perfil medonho forte!
Eric Ponty
POETA, TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

Me denodo enjeito - Eric Ponty



Alma amaina casta, que eu lhe persigo
Com Minh ‘ideia de amor e de pecado,
Benzida sejas, tu benzida sejas
Rigidez que te acodes é meu perigo.
Assim excluas sempre meu tratado
Teus olhares; nem escutes que eu digo;
E assim possa perecer, vou comigo,
Este amor delituoso e condenado.
Sê sempre casta! Eu me denodo enjeito
Duma aventura obtida com teu dano,
Bem meu que de teus males fosse eleito"-
Assim ajuízo, assim quero, me dano...
Como si não notasse que em meu peito
Pulsando o medroso cerne humano.
Eric Ponty

À tarde, mas ela insiste - Eric Ponty



 À Carine
Eu não almejo bem do que eu mais desejo:
Sou maldito, e disso me conduz convencido;
Vossas palavras vagas, com que sou punido,
São penas das faltas verdades de sobejo.
O que dizeis é mal soberbo mui sabido,
Pois nem se abriga nem flui na busca do ensejo,
E ainda à vista naquilo é visto que mais vejo:
Em vosso olhar, Ágata severo ou distraído.
Tudo quanto afirmais Minh ‘alma eu cismo alegro:
Ao meu amor em vão repudiado em riste
Toda a esperança de alçar –vos te entrego.
Digo-lhe quanto sei, à tarde, mas ela insiste;
Conto-lhe o mal prevejo, e ela, que és tão cega.
Põe-se a presumir do bem que é não existir.
Eric Ponty