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quarta-feira, novembro 19, 2025

DOIS POEMAS - FRANCIS VIELÉ-GRIFFIN - TRAD. ERIC PONTY

 DÉDICACE

Aqui estão os velhos versos doces, nosso orgulho infantil,
Toda a sua alegria alerta e tão crédula e a minha;
Como se cantávamos alto, como era uma manhã,
E como temíamos pouco que a idade chegasse!

Ele chegou silencioso: com suas flores e colheitas,
Cobriram nossa passagem e rechearam nosso celeiro;
Minha voz de abril em maio cantou canções para ti
E eu cantei para ti de junho até a vindima.

Estas, não sei, apesar dessa a arte tão altiva
Receber com um sorriso indeciso os nossos primeiros frutos,
Valem como um beijo, como um aroma de tomilho
E qual jogo de flauta onde se movem dedos novatos,

E valem como um gesto ousado e célere,
Pois ambos estremecemos de bela audácia
Esta noite coroaste minha fronte com alegre coroa de louros
E mostraste o futuro e me disseste: conquiste teu lugar.

DEA

Que lætificat juventutem meam...

 

A Poesia imperiosa é minha amante
Muito séria e erudita também às vezes, quais as damas
De tempos passados, e doce e terna em suas críticas;
Seu passo altivo arrasta em pesadas pregas seu vestido lento
Onde brilhar o esplendor das Flores de Lis, qual chamas.

Sei que há um coração valente sob sua garganta real,
Marmorena como qualquer a antiga Deusa;
Sei que o amor ciumento é grande demais para minha fraqueza,
Pelo que valho o que valho, altivo e masculino,
Seu coração e seu amor, e que ela é minha amante.

O ritmo da sua voz é a minha única métrica,
E o seu passo alternado é a minha rima matizada,
Minha ideia é o que li em seus pensamentos,
Certamente, e nunca sonhei com outra América
Que beijar o ouro ruivo de sua cabeça abaixada.

Eu só quis, entre a vida ativa e santa,
As horas que sua doçura entrega à minha alegria,
Onde falo longo, onde, para que ela creia em mim,
Sou ingênuo, qual criança simples e sem fingimento,
Amando a escuridão que sua asa desdobra.

E viverei na sombra, aos seus pés, sem tristeza,
Tendo como única ambição sonhar perto dela,
Sem temer por mim o futuro infiel,
Pois só terei cantado para minha doce anfitriã,
Uma vaga canção de amor à sombra de suas asas.

 FRANCIS VIELÉ-GRIFFIN - TRAD. ERIC PONTY

  

    ERIC PONTY POETA-TRADUTOR-LIBRETTISTA 

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