Não conhecíamos a sua cabeça inaudita,
na qual os globos oculares amadureciam. Mas
o seu tronco ainda brilha como um candelabro,
no qual o seu olhar, apenas reduzido,
se mantém e brilha. Caso contrário, a proa
do peito poderia deslumbrá-lo, e na viragem tranquila
dos lombos um sorriso não poderia ir
para o centro que trazia a conceção.
Se assim não fosse, esta pedra ficaria deformada e curta
Sob o pórtico transparente dos ombros
e não tremeluziria como as peles das feras de rapina;
e não irromperia de todas as suas arestas
como uma estrela: porque não há lugar
que não o veja. Tem de mudar a sua vida.
RAINER MARIA RILKE - TRAD. ERIC PONTY
POETA ERIC PONTY TRADUTOR LIBRETTISTA
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