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quinta-feira, fevereiro 02, 2023

Aria para Semiramis -Paul Valéry -Trad. Eric Ponty


À alva, caros raios, minha testa sonha com teu diadema!
Assim que se ergue, ele vê com dum olho que dorme,
Sobre mármore absoluto, o tempo de palidez é pintado,
A hora sobre mim desceu e cresceu até ao douro.

... "Exista! ... Seja você mesmo finalmente! diz a Alvorada, ,
Ó grandeza alma, é tempo de formar um corpo!
Apressar a propuser um dia digno de rebentar,
Entre tantos outros fogos, os vossos tesouros imortais!

Já, contra a noite, a trombeta amargar luta,
Com um lábio vivo atacar o ar gelado;
Ouro puro, de volta em volta, rebenta si próprio,
Recordar todo espaço pra os esplendores do ido!

Voltem ao aspecto real! Saiam das vossas sombras,
E como o nadador, nesta plenitude do mar,
Calcanhar todo-poderoso expulsa-o das águas escuras,
Deixem monstros do seu sangue gerarem na sua cama!

Venho do Oriente para agradar os seus caprichos!
E venho para vos oferecer minha mais pura comida;
Que a sua chama se alimente do espaço e do vento!
Venha juntar-se ao brilho do meu presságio"!

- Respondo! Saio desta minha profunda ausência!
O meu coração puxa-me mortos contra quais meu sono,
Estes versos grandes águia rebentar com o poder,
Leva-me para longe! ... Voo até ao sol!

Levo apenas uma rosa e fujo... A bela seta,
Para flanco!... Minha cabeça dá à luz multidão de passos.
Suba, O Semíramis, dona de uma espada,
Que de coração sem amor brota a única honra!

Seu olhar imperial tem sede do grande império,
A quem o seu ceptro duro faz sentir felicidade.
Atreve-te ao abismo!.... Passe última ponte de rosas!
Aproximo-me de si, por perigo! Mais orgulho zangado!

Estas formigas são minhas! Estas urbes são minhas coisas,
Estas passagens são atributos da minha autoridade!
O meu reino é uma vasta pele de uma besta!
Matei então o leão que usava está pele;

Mas ainda do cheiro do fantasma feroz,
Flutua com morte, e guarda o meu rebanho!
Enfim, ofereço ao sol segredo dos meus encantos!
Nunca tinha dourado num limite tão gracioso!

Da minha fragilidade sinto gosto dos alarmes,
Entre o duplo apelo da terra e dos céus.
Refeição do meu poder, orgia inteligível,
Que quadrado leve de telhados e florestas!

Assentar aos pés da pura e divina vigília,
Desta calma remoção de eventos secretos!
Paul Valéry -Trad. Eric Ponty

ERIC PONTY-POETA-TRADUTOR-LIBRETISTA 

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