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segunda-feira, fevereiro 07, 2022

cancioneiro - Francesco Petrarca ou Rerum Vulgarium Fragmenta - trad Eric Ponty

Esta alma gentil que se despediu, 
Assim o tempo chamava outra vida, 
Acima é quando há ser gratidão, 
Do céu terá a mais beata parte. 

Se ela rima no terceiro de Marte, 
Cega olhar do sol escurecido, 
Porquê mirar beleza infinita, ~
Almas dignas entorno lei fazem. 

Se deitava debaixo quarto ninho, 
Cada uma das três seria mais bela, 
Esta só veria a fama nobre dia. 

 Nem quinto giro falaria dela, 
Mas se volta mais alto assim fio, 
Que com Jove seja finda noutra estrela. 
Rima -Francesco Petrarca – Trad. Eric Ponty 

 L´aura que serena destes outeiros, 
Despertando estas flores em na úmbria, 
Com seu sopro suave reconheço, 
Por quem devo subir em pena e fama. 

Para encontrar ao coração descanso, 
Faço-me de meu natal ar toscano, 
Para alumbrar pensamento turvo, 
Busco meu sol e espero para que hoje. 

Tantas doçuras, tais que me produz, 
Que sempre retorno ao Amor forçado, 
Depois que tanto cega que sou preso. 

 Alas quisera para escapar não me armo, 
Mas morrer na sua luz é meu destino, 
Que distante me consumo e preso ardo. 
Rimas – Francesco Petrarca – Trad. Eric Ponty 

 Em que parte do céu em que se ideia, 
Se encontrava o exemplo da natura, 
Escolheu o gentil rosto com que quis, 
Mostrar aqui quando poderia acima. 

Que ninfa em fontes que deusa das selvas, 
Soltou sua aura cabelos dourados? 
Quantas virtudes reuniu no teu peito, 
Para que suma seja a minha morte? 

A beleza divina busca em vão, 
Quem aos olhos daquela nunca viu, 
Como ela se move suavemente; 

 Não saber como Amor sana destrói, 
Quem sabe doçura que suspirar, 
Tão doce como fala e sorrir. 
Rimas – Francesco Petrarca – Trad. Eric Ponty 

Aquele acerbo dia honorável, 
Tão viva coração mandou sua imagem, 
Que não há quão descreve-lo engenho e pluma, 
Para que volvo fazia em torno da memória. 

 O gesto pleno de dó e doçura, 
Amargo lamentar que eu escutava, 
Duvidar fazia, mortal ou divã, 
Era aquela que céu calou em torno. 
 
Testa de ouro fino e rosto neve cálida, 
Ébanos olhos que eram de estrelas, 
Donde Amor não tendia seu arco falso; 
 Pele e rosa vermelha houve recolhido, 

Dor formava ardente voz tão bela, 
Chama de suspiro e fúcsia de cristal. 
Rimas – Francesco Petrarca – Trad. Eric Ponty 

 Mais ligeiros meus dias que os cervos, 
Fizeram como sombras bem se vieram, 
Mais que fechar os olhos horas serenas, 
Que amar é doce nem na mente amarga. 
 
Oh mundo miserável e inconstante, 
Cego se volta naquele que confia, 
Meu coração em ti há arrancado, 
Tal a cria da terra que já é solo. 

 Mas a forma melhor que agora vive, 
Para sempre viverá no alto céu, 
De sua beleza senhor me enamoro. 

 Eu vou só ao pensar encarecimento, 
Que ela hoje há qual parte demora 
Do qual verei seu verdadeiro corpo. 
Rimas – Francesco Petrarca – Trad. Eric Ponty 
 
Foi o dia que do sol esmaeceu, 
raios de seu autor compadecido, 
quando falando-me eu desprevenido 
vossos olhares teus me prenderam. 

Em tal tempo, os meus não entenderam, 
Defender-se de Amor: protegido, 
Me julgava de minha pena e gemido, 
Em princípio em comum dor tiveram. 

Amor me falou todo desarmado, 
Em aberto ao coração achou o passo, 
De meus olhos da altura da fronte cerro. 

Porém ao parecer não ficou honrado, 
Ferindo-me de fecha daquele acaso, 
E a vós armada demostrando o arco.
Rimas – Francesco Petrarca - TRAD. ERIC PONTY
POETA,TRADUTOR,LIBRETISTA ERIC PONTY

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