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quinta-feira, setembro 03, 2020

Repente - Eric Ponty

Agostinho Fernandes Jales Neto,
Faço-lhe está entoada verso nada
Fala da seca do Rio São Francisco
Secura de lâmina que corta a bala.

Agostinho Fernandes Jales Neto,
Fala-me Jales, da Maria Severina,
Da amargura de não ter um só rio
Que invés de dar água dá morte certa.

Agostinho Fernandes Jales Neto
Fala-me mestre, de Nosso Senhor
Cristo que morreu carneiro salvar
Almas penitentes entregues Demo.

Agostinho Fernandes Jales Neto,
Fala-me se não importuno, marinha
Cujos rios não banham Sião, mar,
Das caravelas idas, mortes vão ida.

Agostinho Fernandes Jales Neto,
De pronto lhe pergunto sem modéstia,
Da vida destes Severinos da seca,
Porque vida injusta sendo filhos do Pai.

Agostinho Fernandes Jales Neto,
Poeta, que é conselheiro repente,
Dando conselhos qual Antônio, fama
de Conselheiro n´alma entregue ignorância.

Agostinho Fernandes Jales Neto,
Desculpa se importuno minha fala
Sendo pai duma bela rosa em flor,
Falo Lenheiro rio banhar minha urbe.

Agostinho Fernandes Jales Neto,
Desculpe-me a demora se enfado
Vossa Mercê cantador minha fala
Se demorei, fui, com vossa pessoa.

Eric Ponty

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