O desafio de traduzir na íntegra Les fleurs du mal, de Charles Baudelaire, já foi enfrentado, no Brasil, por alguns poetas. O pioneiro Jamil Almansur Haddad teve sua tradução publicada em 1958. Seguiram-no Ivan Junqueira (1985) e, este ano, em lançamentos quase simultâneos, Júlio Castañon Guimarães e Eric Ponty, que é também poeta, autor de Visões de um filho do fim do século, livro em que reverencia grandes mestres da poesia do final do século XIX e do século XX. Na condição de profundo conhecedor da arte do verso, Eric oferece-nos em sua As flores do mal soluções bastante originais, mantendo-se fiel à metrificação preponderantemente dodecassílaba de Baudelaire, sem se ater, todavia, ao emprego sistemático da rima do texto francês. É um privilégio para os leitores brasileiros poder agora dispor de quatro tão diversas traduções dessa obra-prima da poesia ocidental.
Antonio Carlos Secchin
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