Se fores tu e eu! Porém, aí, amor,
Tu só serás teu tempo então vivas;
Desponte a abandonar esta ilusão
E chega em outras tuas feições finas.
Assim conseguirás que não termine
Esta beleza que detenhas, posto
Que quando o doce ramo te imite
Serás de novo tu, ao que hajas morto.
Tão digna residência não merece
Que um mal tutor a deixe abandonada
Expensas do inverno e suas correntes.
E o frio eterno morte vácua qual tua.
Não derrotarás, pois, amor, há dar-lhe
Ao teu filho o que tu tiveste: um pai.
WILLIAM SHAKESPEARE
TRAD. ERIC PONTY
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