Pesquisar este blog

sexta-feira, novembro 16, 2012

Os pergaminhos e a reminiscência - Éric Ponty

             Pierre Chardin encavalga longamente por textos emblemáticos que desvanecem numa escuma da aragem em seus marginalia; eis que assente o bel-prazer dum pergaminho escrito em texto latino, quiçá de Lucrécio, mas é incerto:

ventus enim quoque paulatim cum verberat et cum
acre fluit frigus, non privam quamque solemus
particulam venti sentire et frigoris eius,
sed magis unorsum, fierique perinde videmus
corpore tum plagas in nostro tam quam aliquae res
verberet atque sui det sensum corporis extra.
praeterea lapidem digito cum tundimus, ipsum
tangimus extremum saxi summumque colorem
nec sentimus eum tactu, verum magis ipsam
duritiem penitus saxi sentimus in alto.


           Finalmente, Pierre Chardin chega ao toste de uma estante mais alta donde as estantes têm prateleiras incrustadas de caracóis marítimos, donde os textos fabricados à perfeição dos violinos que perfazem melodias de W. Mozart, exibem efígies apócrifas, que fariam tremer às almas mais puras que se alçam ao Paradiso. Libertai-nos Senhor de vermos taís efígies impuras:
          Pierre Chardin está incerto entre dois pergaminhos sempre encontra um sexto, donde às brigas dos reis já se degeneram em lutas dadivosas entre as letras rubras esvanecidas.  Pierre Chardin pensava em todas essas coisas quando desejava um pergaminho. O Pergaminho, portanto, é textura de suas imaginações: com uma contenda. O pergaminho previsto o possuía; e quando se chega idade arremetida o espírito se esvanece. Nas estantes, há o murinho dos avelhantados pergaminhos que viram à juventude passar; mas, que ainda não foram prostrados pelos olhares embevecidos de Chardin.  Pierre está sentado em frente  deles. Os bel-prazeres dos pergaminhos agora são reminiscências como nesse poema de Fang Loh donde em sua narrativa poética esse se preocupa em honrar a reminiscência do Rei desvanecido:

No princípio da minha tranquilidade,
Dei vênia  em vigiar concepção,
como meu pai nesse relicário lado,
meus pés podem passar afiançados.

Borne foi que sua vida proclama,
O plano da sua grande mente;
Mas, como realizar esses objetivos
Não impetro, ainda de deparar.

Quando minhas potências mais terei alçado,
para chegar a sua grande altura,
meus passos jamais se desviaram
Ou para a esquerda ou para a direita.

Eu sou, mas uma criança pode ansiar
Guiemos o meu assento para reinar
ou ainda muitos problemas lidar
que ressoa inquietação ainda?

Excelente e poderoso Patriarca,
Possa ajudar teu filho agora dignai!
Com tua alta sabedoria me inspirar,
E sobre teu trono manter-me.

Tê-lo sempre perto, eu tentei,
Minha virtude é prova dessa verdade,
No tribunal, em casa, diante do meu olho,
Formato o teu sempre advir.
Éric Ponty

Nenhum comentário: