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terça-feira, agosto 07, 2012

Confissão de Ferdinando – A Tempestade – W. Skakespeare

Ó céu! Ó terra! Estai testemunhas,
ora expor, e com próspero saldo
corai à promessa minha, se vero faltar
à verdade. Sendo falso eu, desdita
vestir-me-ei o destino aguarda meus bens.
Vos amo estimo e honro.  Aceita imo alento
aspecto servidão abriga à liberdade.
Ferdinando – A Tempestade – W. Skakespeare
Da manhã aspiro ser qual de seu alento,
tardio pascer  sol de terrestre assento,
jeito crepúsculo brisa da lua alcança,
vertente ardida sofre na mudança.

Que despir-me dos versos seja à ilha,
sinistro Caliban rasteje à trilha,
depor-me dos meus livros mais que caros,
do verter-me em sua face luz dos raros.

Sanciona-se trovão raios fulgidos,
apaga-se na aragem céus rangidos,
olvidar-me dum dia alvura da treva.

Que ao assentir-lhe lábio límpida fonte,
marmóreo fremir mim esvai horizonte,
fuja de mim à lira Orpheu eco selva.
Eric Ponty

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