No meu Artesanato ou amarga arte - Dylan Thomas -Trad. Eric Ponty

No meu Artesanato ou amarga arte,

Na tardia à noite que é praticada,

A lua alucinada se faz fascinada,

Os amantes unos já adormecidos,

Sofridos doridos entre os braços,

Que é exercício à luz flutuante,

Nem pela fama, nem pelo meu grão,

Nem é desfile ou feira de auréolas,

Nas circulares estames marfim,

Mas pelo misero salário enfim,

Que nos trazemos dentro dos corações.

Não dum orgulhoso homem à parte,

Para raiar da lua eu lhe minuto,

Das salpicadas folhas das minutas,

Pelos jazidos dos mortos já idos,

Aos dos sons de rouxinóis de salmos,

Mas pelos amantes que entre braços,

Abarcam as amarguras das idades,

Do qual nenhum louvor paga graça,

Nem dão Artesanato qual uma arte.

Dylan Thomas – Trad. Eric Ponty