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domingo, dezembro 31, 2017

Ao Leitor - Charles Baudelaire - Trad. Eric Ponty

A tolice, o erro, o pecado, a sovinice,
Empatando nossos espíritos e corpos,
Que nos alimentam nossos amáveis remorsos,
Como pedintes nutrem seus parasitas.

Pecados são teimosos arrependimentos,
Nós fazer pagar muita nossa confissão
Nossas voltas contentes lodosos caminhos
Crentes vis choros lavar todas nossas nódoas.

Sobre orelha do mal do Satã Trismegisto,
Que ilude longamente nossa alma encantada,
E o rico metal tinir de nossa vontade
É tudo vaporiza por sábio tão químico.

Este diabo que tem filhos que nos agitam!
Aos objetos repugnantes nós encontramos
Cada dia versa inferno nossos decaídos passos
São horrores defeitos das trevas que fedem.

Como um escárnio pobre sexual comido,
A teta martirizada antiga meretriz,
Nossas fugas passagens prazeres clandestinos
nos incitarmos bem fortes qual velha laranja.

Abraçando formigar como milhão vermes,
Em nosso cérebro bródio um povo demónios,
quando nós respiramos Morte em nossos pulmões,
desce rio invisível com as surdas queixas.

Se fereza, veneno, punhal, incêndio,
Não faz passa borda de agradáveis desenhos,
Nas telas banais dos lastimáveis destinos,
nossa alma, hélas não está passar suficiente ousada.

Mas entre meio dos chacais, panteras, os linces,
Macacos, escorpiões, abutres, as serpentes,
monstros estridentes urrar, rosnar, rastejantes
Em mendicidades infames de nossos vícios.

Ele não está mais feio, mais perverso, mais imundo,
Ainda ele nem empurre grão gestos nem grão gritos,
Ele tenha de boa vontade da terra um caco
E em bocejo tão tíbio engolindo o mundo.

Este é tédio! _ Olhar carrega choro involuntário,
sonha cadafalso fumegante seu assovio
Tu conheces leitor, este mostro delicado
_. Hipócrita leitor – meu semelhante – meu irmão!

Eric Ponty

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