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quinta-feira, março 15, 2018

ARRANHANDO. À MINHA PLUMA - Friedrich Nietzsche - TRAD. ERIC PONTY


Arranhando à minha pluma: Ao demónio!
Estarei eterno condenado a raspagem?
Acontece me que ao lançar num tinteiro
E escrever com os maciços rios de tinta.

Que fluidez, que perfeição, que modo traço!
Daquilo que bem me escrevo, que bem lhe banco!
Talvez sendo à minha escritura lhe falte um fulgor —
E do que? Quem lê o que eu registro?


 Friedrich Nietzsche
TRAD. ERIC PONTY

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