Na da luz da lâmpada, atenuada pela tela violeta, se desmaia sobre a mesa.
Os objetos tomam duma tintura sonambúlica de delírio doentio; dirias sê que uma mão tísica houvera afagado o ambiente, deixando nele sua languidez aristocrática.
Una campainha impiedosa repete a hora e me faz compreender que vivo, e me recorda, também, que sofro.
Sofro dum estranho mal que fere enfadando; mal de amores, de incompreendidas grandezas, de infinitos ideais.
Mal que me incita a viver em outro coração, a descansar da rude tarefa de sentir-me viver dentro de mim mesma.
Como os sedentos querem à água, assim eu anseio que meu ouvido ouça uma voz prometendo-me doçuras arrebatadoras; anseio que duma astucia infantil se apodere sobre minhas pálpebras cansadas de velar e abrande em meu espírito rebelde, aventureiro.
Assim desejaria eu morrer, feito a luz da lâmpada sobre as coisas, espargida em sombras suaves e temerosas.
Teresa Wilms Montt
TRAD. ERIC PONTY
TRAD. ERIC PONTY
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