Pesquisar este blog

quinta-feira, fevereiro 15, 2018

François de Malherbe - SONETOS - TRAD. ERIC PONTY

LXXXVII - A MONSEIGNEUR LE CARDINAL DE RICHELIEU

Golpear em nossos medos tenha mais razão,
Grande imo em bom labor sem descanso dado,
Pois que dos teus conselhos França está gerida,
Todos que trabalharam aura de tua cura.

Vão rejuvenescer a velha idade de Éson,
tal como essa Princesa em tuas mãos resinadas,
Vencer dos teus destinos rigor obstinado,
Ao retornarem tez de tua verde sessão.

O bom senso do meu Rei sempre faz prever,
Que dos frutos da paz se preencham de teu império,
E como um semideus ferino adoração.

Mas que um dotado de vista de hoje, o segundo,
Não lhe prometer que ele lhe deva esperar,
Se não nos prometer a conquista do mundo.

Epitáfio a mim mesmo

Vós olhais, passando, a sepultura,
Dum Chefe de Obras que se és precioso,
Que dos mil reis, de que são ancestrais,
Que foi-se menos sons aventura.

Ô que afronta com a natureza,
Que desta iniquidade feita ambos,
Que um momento calado aos olhares,
Que se fez de uma bela criatura!

Nossas dúvidas são da razão,
Destinos ausentes da sessão,
Que deste mundo se fez constrito.

Mas que teus pretextos são tão belos,
E que a terra se escora na sova,
Se não lavrarem destruir a flama.

Epitáfio de fogo Monseigneur Le Duc Dorléans

Mais março que o março de Trácia,
De que do meu pai vitorioso,
Aos reis igualmente gloriosos
Reféns dos primeiros lugares.

Minha mãe surgiu de uma raça,
Tão fértil como semideuses,
Que dos teus fulgores radiantes,
Que mitigam todas às luzes.

Eu sou feito do pó, contudo,
Tantos parques fazem tua lei,
De tão iguais e necessários.

Nada não me saibas evitar;
Saiba mais vulgar corações,
Ao morrer sem murmuração.

Ao Monsieur do Maine, sobre tuas obras espirituais

E teu encanto, com Maine, e falha reconheça,
E, coroados discursos encantam-me muito,
Que mundo de hoje não são mais resto de lama,
Me tenho profanado duma só duma fala.

Eu reconheço o amor, e já quitei teu império,
Não zanguei ao ponto escusa de minha crueldade,
Se da beleza de ambos não são só beleza,
Cujo dourar-me nunca espanta de escrever.

Calista olhar se lástima quase durar,
Desta forte paixão que me ordena-me jurar,
De que tenho em meus versos uma glória eterna. 

Mas, se deste meu juízo não está enlouquecido,
Devo eu estimar tédio me separa dele,
Tanto quanto ao prazer de passar-me por Deus?

LXXVII - A RABEL, PEINTRE, SUR UN LIVRE DE FLEURS 

ALGUNS louvores incomparáveis,
De que nos apela ainda hoje,
Esta obra plena de maravilhas,
Que Rabel acima nos coloca.

Arte supera tua natureza,
E se o meu juízo não é vão;
que flora se conduziu tua mão,
De quando ele fez esta pintura.

São certas privações aos meus olhos,
Dos objetos que eles mais adoram,
De não usar ponto da margarida.

Mas poderia de ser ignorante,
Que duma flor é de tanto mérito,
Que se fez distender do restante.

Ao senhor da Ceppède ao teu livro da Paixão de Nosso Senhor

Eu estimo, Céspede, e honrá-lo, e, de admirá-lo,
Como um dos ornamentos primeiro hoje em dia,
mas que, a tua pluma só dever deste discurso,
Certo , sem lisonjas, não me ousaria ti expor.

 Espírito de Deus, que tua graça se inspira,
naquele sem disfarce à espera de socorro,
Por elevar o nosso imo ao celeste amor,
Que sob um belo súdito escrever tão bem.

Rainha, à sorte da França, de todo o universo,
Quem vê cada dia tanta homenagem diversa,
Em apresentou à musa aos pés desta tua imagem.

Que bem que tua bondade propicie-se a todos,
Eu não reconheço nada, diante desta obra,
Que nunca viste qualquer coisa digna de ti.

XXXI - Soneto

Belos bons edifícios de estrutura eterna,
Soberbo da matéria, e das obras tão várias,
Então mais digno rei se fez deste universo,
Milagres da arte, feita ceder natureza.

Belos parques, de belos jardins, tua clausura,
Que sempre destas flores e folhagens verdes,
Não sem qualquer demônio que acuda invernos,
Dum nunca que se apague agradável pintura;

Lugares que dão ao imo, tão amáveis desejos,
Madeira, fontes, via, assim, dentre os prazeres,
O meu humor está aflito, meu rosto tão triste.

Que estes não estão ao ponto de aflorar das graças;
mas, que não nos importa ao ter não ter Calista,
E o meu eu não verei nada quando eu vir passar.
François de Malherbe
TRAD. ERIC PONTY

Nenhum comentário: