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quarta-feira, setembro 27, 2017
FRANCESCO PETRARCA - DEZ SONETOS - TRAD. ERIC PONTY
I
Tu
que me ouves o som, em rimas dispersas,
Dos
suspiros que eu nutria meu coração,
Que
foi no meu primeiro viço errante,
Quando
era diferente do que eu sou.
Espero
encontrar piedade e perdão,
A
todos os modos que falo e choro,
Entre
vã esperança e briosa tristeza,
Naqueles
entendem do amor provações.
Contudo,
ver claro cá me tornei
Velho
conto entre todas pessoas sérias
Mui
vezes me deixa vexado de mim;
Vergonha
é o fruto das minhas vaidades,
Remorso,
e o conhecimento mais claro
Do
prazer do mundo é um sonho breve.
II
A
fazer um ato galante de vingança,
Punir
milhares de erros num só dia,
O
amor secreto pegou seu arco outra vez,
Como
homem que aguardou o tempo e o lugar.
Meu
poder estava correto em meu cerne,
Fazendo
defesa lá, em meus olhos,
Quando
o golpe mortal desceu dali,
Onde
todas outras flechas já guardadas.
Então,
misturado primeiro assalto,
Não
teve oportunidade ou força
A
tomar as armas quando eram forçosos.
Ou
retire-me perspicaz até o alto,
Colina
íngreme, fora deste tormento,
Qual
deseja me salvar, mas não pode.
ERIC
PONTY
FRANCESCO PETRARCA - DEZ SONETOS - TRAD. ERIC PONTY
III
Foi
naquele dia em que o raio do sol
Escureceu
com pena do Criador,
Fui
capturado e não me defendi,
Porque
lindos olhos me ataram, dona.
Não
me semelhou instante me abrigar
Contragolpes
do amor: então eu jazi
Confiante,
leviano; meus problemas
Começaram,
dentre dor tornam públicas.
O
amor me descobriu tudo sem armas,
Abriu
caminho ao cerne por meio olhos,
Sendo
feitas passagens e portas lágrimas:
De
modo me parece faz pouca honra
A
me ferir com flecha, naquele estado,
Não
demostrou seu arco que está armado.
IV
Que
providência e arte são infinitas
Ele
mostrou em seu domínio magnífico,
Que
criou isso e dum outro hemisfério,
E
Júpiter muito mais gentil do que Marte,
Descendo
à terra a fulgurar a lauda
Durante
mui anos ocultou a verdade,
Tirando
João das redes e São Pedro,
Tornando-os
parte reino do paraíso.
Não
lhe agradou a nascer em Roma,
Mas
na Judéia: exaltar humildade
Tal
estado supremo sempre o agrada;
Cá
duma pequena aldeia é dado sol,
Modo
lugar e a natura se elogiam,
Onde
uma dona tão amável nasceu mundo.
ERIC
PONTY
FRANCECO PETRARCA - DEZ SONETOS - TRAD. ERIC PONTY
V
Quando
eu suspirar, chamando ti,
Nome
Amor escreveu no meu cerne,
Som
seus primeiros doces começam
Ser
ouvido dentro verbo laudável.
Seu
estado que eu encontro então,
Duplica
meu poder a alta tentativa;
Mas:
o fim chama, 'fazendo sua honra
Ombros
de outros homens, não para os seus ".
Então,
sempre que alguém chamar a ti,
A
própria voz ensina-nos saldá-la
Dona,
digna de todo respeito e honra:
Exceto
talvez Apollo ser desdenho
Língua
morta pode ser tão briosa
Sobre
falar de ramos eternos verdes.
VI
Loucura
da minha paixão é tão perplexa
Seguindo
o que dá volta e fugir,
E
voa da corda flexível da luz do amor
Na
frente do meu ritmo lento, vai passando.
Quanto
mais eu lembro destes seus passos
A
estrada segura, menos me ouve:
Nem
se esforça a me ajudar, ou virando-se,
Resistir
o que o amor faz por natureza.
E
então, se o pouco me aproximar da força,
Permaneço
no seu poder soberano,
A
meu estado me leve triste à morte:
Só
a chegar ao louro de onde é abatido
Fruto
amargo, cujo sabor é ferido pior
Aos
outros, a quem não se consolar.
ERIC
PONTY
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