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quinta-feira, setembro 14, 2017

Musa da presunção - Eric Ponty



Minha coroa de luz pérola aparece;
(Sussurra a rainha Musa da presunção creia)
Baixando úmida foz reino desta sereia.
Despe, mergulhador, aos mares desvão desce.

Ele na onda azul dos velos desaparece...
Apertando coral imortal move areia,
Numa concha úmida, que o nácar purpureia,
Ele dá rainha a pérola cerne oferece.

Tal se do bardo ao engenho fez tão acesa
Pedires algum verso, ao anjo douro diz,
A ornar- tua coroa régia fulgura beleza,

Ele correndo procura tez dum tesouro.
Baixando pensamento titubeia profundeza,
E a pérola te ofertando em um clima d'ouro.
Eric Ponty

Pessoa errante de miragem - Eric Ponty

À Carine


Quando a vaga das aspirações preocupantes,
Surgem em teus sonhos de moça no peito,
Fenecer, enfim, das amplitudes de antes,
Sucumbe ao vazio que te relembra, relembra...

Reviver dessa música grave já finda
Nas emoções turvas que das estrelas dorme.
Volta-te o orbe sedutor trouxe ainda
Pessoa errante de miragem multiforme!

Reviver do orbe nevoeiros submissos,
Do sonho estranho as grandes aves nuvens salta
Tornar, recordar eternamente, de volta.

Rememora desgostos, lágrimas, sorrisos
Acodem na tua brisa soluços e passeios...
Reviver orbe dos nevoeiros submissos.
Eric Ponty

Das Recordações peregrinas... - Eric Ponty

À Carine


Tua face de mulher aos serenos, diluídos oásis,
Perfazendo do esboço torno aos hinos profundos,
Canções dúbias ás reflorescências dos prazeres,
Pazes jazem rebelião, torno a esses mundos!
Fica-te na sombra eterna do silêncio d'alma
Capturar vozes todo o teu ser dolente,
Quieta paz faz tranquila, com ternura e calma,
Recordar docemente teu corpo esvai indolente.

Na Sombra então e no silente denso profundo,
Sibila à serpente como em mágicas plantas,
Fazendo animar do campanário intenso.

Pausadamente a cabeça, meigamente pousa
Teus seios cândidos nesse augusto quebranto
E nem do erra ao mais célere pode causar.
Eric Ponty