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sexta-feira, março 31, 2017

AS FLORES DO MAL - CHARLES BAUDELAIRE - TRADUÇÂO ERIC PONTY


Memória – Arthur Rimbaud - Tradução - Eric Tirado Viegas



Alexandrinos Clássicos em branco

I
Água clara quão sal de lágrimas da infância,
Assalto ao sol alvura corpos destas fêmeas,
A seda pisada e lírio em pálido auriflama
Sobre muro onde alguma donzela defende.

Luta dos anjos – Não há corrente ouro em marcha,
Braço negro mover, denso, fresca erva. Ela 
Dissipa antes céu azul a céu lê seu chamando
A Colina que da arca engelhar sua sombra.

II

Ah! Húmido do vitrô tende branco do caldo!
Move água ouro livor sem fundo demão dado   
Deste vestido verde esmaecer das meninas
Faz salobro onde salta pássaro sem rédeas.

Mais puro Luiz lume amarelo pálpebra
Vigiar água — tua fé conjugal, ô esposa! —
Meio dia em ponto terno espelho de inveja
Ao céu gris do calor globo rosa comido.

III

Madame se tens mui em pé da pradaria,
Neva fio onde anexa labuta sombrinha
Aos dedos premente umbela mui vaidosa ela
Crianças explicar da verdura florescem.

Ler livro marroquim rubro! Hélas ele quão,
Dos Mil anjos brancos separar sobre via
Desvio distante serra! Ela ficando toda
Fria e negra curta! Após à partida homem!

IV

Lembrança braço grosso jovem erva pura!
Ouro lunar de abril santo leito! Alegria
Obras morador só deixado só às pressas
Tardinha longe faz rebentar podridão!

Dela presente abaixo da muralha! Hálito
Do álamo alto é para única da brisa
E depois no lençol sem fonte gris reflexo
Velho dragador barca inerte duma pena!

V

Jogo desse olho d´água morna não unir pode
Ô bote inerte! Oh! Braço mui curto! Nem uma
Flor nem outra flor: nem amarelo bule
Lá nem azul amigo água colorir cinza.

Ah! Salgueiros que pó dum alado sacode!
As rosas do rosal muito tempo devora
Meu bote sempre fixo em um curso tão teso
Fundo desse olho d´água sem margem — que lama

   
 Eric Tirado Viegas


Versos e Sonetos de Stéphafane Mallarmé - Trad. Eric Ponty


quarta-feira, março 22, 2017

Dois Poemas Charles Baudelaire - Tradução Eric Ponty




Albatroz

Muitas vezes, divertidos si, homens navio
Pegam as grandes aves mares, albatrozes,
Corréus tão preguiçosos da viagem, que seguem
O navio que desliza através golfos amargos.

Dificilmente podiam tê-los convés navio,
Que reis tese do céu, inábil e vexado,
Lastimosos deixam seu grão asas brancas
Sujarem como remos que ao lado deles.

Viajante alado, quão fraco folga se torna!
Quem era tarde tão bela, quão bufo e feio!
Alguém brinca seu bico com ferro em brasa,
Outro imita, mancando, andar tão aleijado!

Poeta é quão do príncipe destas nuvens,
Assombra a tempestade e sorrir ao arqueiro;
Exilado na terra entre as pessoas gritando,
Suas asas gigantes só pintam perder.

Há Uma Passante

Em torno ensurdecedor ruído da rua,
Roupa luto, retrata angústia majestosa,
Toque com mão, só ergueu bainha vestido,
Mulher grandiosa passa com pés inquietos.

Ágil e nobre, com suas pernas estátuas
Ah, quão bebia, comoção como dum ser tão insano,
Seu olhar, céu bruno, donde brota o furacão,
Lá estava a doçura dotes e alegria destrói.

Um clarão - Então da noite ... Encanto fugaz!
Donde Olhar me levou a viver outra vez,
Não vou vê-la outra vez até vida é sobre!

Outro lugar, além .... Tarde, talvez jamais,
Porque não sei onde, nem tu, onde eu vou,
Ó tu que teria amado, ô tu que só sabes!
Charles Baudelaire – Tradução Eric Ponty