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quinta-feira, novembro 28, 2013

Duo Santoro interpreta compositores do Prelúdio 21, neste sábado, 30, no CCJF

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Duo Santoro
No próximo sábado, dia 30 de novembro, às 15h, o grupo de compositores Prelúdio 21 vai receber o Duo Santoro no palco do Centro Cultural da Justiça Federal, no Centro. Os gêmeos violoncelistas – Paulo e Ricardo Santoro -  farão suas leituras para obras de Sergio Roberto de Oliveira, J.Orlando Alves, Neder Nassaro, Alexandre Schubert, Caio Senna e Marcos Lucas. No mês dedicado à poesia, serão apresentados também recitais de textos de Manoel de Barros, Manoela Rónai, Carpinejar, João de Arimateia de Melo, Éric Ponty e Saint-John Perse.

O Prelúdio 21 congrega compositores de diferentes tendências, unidos não em torno de diretrizes estéticas, mas sim visando tornar a música contemporânea mais difundida. Entre os espaços nos quais vêm ocorrendo os concertos do grupo, estão incluídos Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Sala Cecília Meireles, Centro Cultural Telemar (Oi Futuro)Sala Villa-LobosMuseu da República,Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, entre outros. Desde 2008, o grupo realiza sua série de concertos no Teatro doCentro Cultural Justiça Federal.

SERVIÇO:
Série Prelúdio 21 – Música do Presente –30/11, sábado, 15h
Intérprete convidado – Duo Santoro
Centro Cultural Justiça Federal – Teatro
Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro / RJ. CEP 20040-009
Tel. (21) 3261-2550
Entrada Franca
Programa:
  • Sergio Roberto de Oliveira – Ao Mar
  • Orlando Alves – Intermitências III
  • Neder Nassaro – Pêndulo
  • Alexandre Schubert – Duo
  • Caio Senna – Variações
  • Marcos Lucas – “Che gli uccelli nel cielo

terça-feira, setembro 17, 2013

O pássaro tristeza crepúsculo breu - Eric Ponty



O pássaro tristeza crepúsculo breu,
não vê paisagem só que conclama almas humanas,
sozinhas pendem flor fez cacto está arado,
é são gritos inverno traduz melodia.

Na serra velha que há são dos cânticos prados,
enganosa da terra erra pelo horizonte,
às sombras nada jus na clemencia das tardes,
canto olvidado luz que descente do prado.

O Sempre novo do astro entreve qualidade,
clamor apaziguado sobrevém do pássaro,
murmurando no campo escoa última chuva.

Assim vão tempos são aclamados pela árvore,
furtiva se faz sina entrevê marcas campo,
canção surge assovio proclama a chama voz.

II
Ao desfazer a luz brilho transcende,
retorno das ruínas cegas sol,
são chispas dos cavalos ofertados
esperança que pulsa da montanha.

Angústia carregamos nos louvados,
sobre montanhas gritos liberdade,
apanágio da glória nos calamos,
sobre rumor do dia foi sonegado.

Levamos cicatrizes pelos ombros,
carpindo aos olhos mágicos da luz
tal crianças largadas que no campo.

Surdos ventania cegos horizonte,
a manhã clara abril desfoca fonte
renascida do breu se aflora serra.
Eric Ponty

segunda-feira, setembro 16, 2013

O Pássaro para observar o longínquo



O Pássaro para observar o longínquo,
a mão que desnuda-se o solo vê chão,
tocado nas nuvens que vão dispersas
setembro  tabula dos homens que partem.

Canção nasce prado no som melodia,
nascer  é mistério pascer  despe nu,
tristeza resume dolente do grito,
o verde do prado noturno silente.

Tal ave faz branca do céu do mistério,
ruído  do campo se traduz coisas
silente silêncio dormir dentre serras.

A fonte cristal no passeio faz urgir,
estrela caída vem céu passa serra,
menino correr se despede da agrura.
Éric Ponty

quarta-feira, janeiro 09, 2013

Réquiem em fuga em Sol maior para Gonçalves Dias


Introduzione: Adagio molto

Suas naus que cediças cobertas de glória,
Os pródigos nadam navios com finória,
que meigos se fundem à voz do marmor:
São todos tão tíbios, certeiros contentes!
Sua marca lá toa na boca dos crentes,
junção de prodígios, de fúria e louvor!

No feito das lápides marmo verdores,
herdado das ondas — cobertos de ardores,
volteiam-se nos tetos d'altiva ilusão;
São muitos navios, que dos ânimos fortes,
Temíveis à pedra, que em densos dos nortes
Espantam-nos navios à imensa ilusão.

Nos quartos vizinhos, silentes, sem brio,
que crentes quebrando, lançando sombrio,
Incenso aspiraram em liras que traz
louvores das terras que os fortes descendem,
vultosos tributos herdados dependem,
das naus certeiras suspeitas que jaz.

No centro da tábua se estende certeiro,
adorna se aduna o conspícuo carneiro,
Do limbo penhora, dos lodos mais vis:
Os corpos deitados praticam na aurora,
E os jovens inquietos, restando penhora,
Derramam-se em choro dum dia infeliz.

Por certo — ninguém diz: pavor lhe é ignoto,
Seu chefe não diz: — que de um mar que revolto
Precinte por certo — da tábua tão frágil;
Assim lá na terra do extrato mundano
formavam distinto do vil mais humano
que formas perfeitas do nobre de ardil.

Acaso da terra padeceu parceiro,
Nos vãos dos carneiros: — na extensa palmeira
Assola-se é certo, tiveram missão;
Convidam a gente dos nautas credores,
Silentes se incumbem do acaso das flores,
são vários apreços da honrosa punção.

Conservam cabelos no brio das palmeiras,
Entesa-se a corpo beleza faceira,
Adorna-se o ventre com cenas gentis:
A lousa, entre as vaga, uma freira na beira,
nutrir-se memória, dobrando matiz,
murmuro do murmuro mar contradiz.

A Paz espaçosa a que cedo traz medo,
pascido do olhar densas sombras tão cedo,
alçada da agora da voz que silente,
pascia na terrestre da oculta vertente.

Palmeira tão calma, que pasce na glória,
no vento de humilde da voz Circe cria,
nas vagas do monte longínquo do pássaro,
nos tinham nas mágoas que d´águas tão raros.

Ó tempo de ensejos caídos dos rostos,
de negas gemidas noites dos gostos,
nublava na nuvem a fria à boca de hálito,
que crânios falantes em verves dos ritos.

Labuta da sina dos tempos minguados,
ninguém lhe tecia do rezado ousa lados,
erguiam-se das aves, do quê; diziam pedras;
trazer-lhes do santo do parvo de exedras.

E singram além das camoecas distâncias,
das gradas fortunas mar cobriam-lhe ânsias,
após, de tão frágil, que sombra à tez templo,
vertente que esmaga da folha do exemplo.

Lembranças dos vivos, dos grãos enchem gosto,
em tíbio do gesto que escrito cai postos,
se sabem sós selvas, que dores sem serpes,
estepes do oceano que correndo escarpes.

D´água que dos amplos do rio avisava,
sossego da calma na luz nego cava,
tremente que atrás homens flama trespassam,
eiras fadadas das frontes dão em passa.

Parques dos vividos dos céus luzes rés,
bradados do Carmo dos ingênuos das três,
de quem se sentou só nas vaga acéns postas,
bradada na curva da voz chora às costas.

Murmúrio chegam  sós palavras da lei,
sombrio que retorna na margem do rei,
chamar El Rei da raiz prima treva,
de quem o viver curvou verde à selva.

Estio que fez rio coragens dos pajens,
secada ribeira que abrange das margens,
o lume movido culmina dos serros,
memórias d´águas frementes dos erros.

A chispa relâmpago ao sol murmurar,
sussurro em sussurro em sussurro do mar,
murmúrio murmuro rumor do marulho 
candente da  chispa do raio de engulho.

Menuetto: Moderato e grazioso

Entre palmeiras, sabiá,
ser de tão simples gorjeia,
na tíbia terra envolve o dia
que pálidas aves passeiam,
donde decantam floreiam
lúgubres bosques já sem vida,
de ardores arderam lida,
das dores tíbios céus das flores
sustem-se na sua descaída,
em sombras das aves sofridas,
que em silente silêncio na eira,
muros de adobe da ramagem,
que olvidam na plumagem vista
ao lugar mais alto já crista.

Entre palmeiras, expõe céu,
às plumagens das nuvens véus,
supõe o gesto nítido léus,
é barulho das juntas ossos,
da vida carcomida fossos,
em crânios cravejados sós,
donde gorjeiam os vermes réus,
barulho porta cemitério,
bravio som pesado mistério,
das aves das sombras dos seus,
suprimida vida critérios
postados manhãs tíbias Deus,
expõe o diamante no luar,
sombra das nuvens soltas ar,
noturnos hábitos olvidam,
donde gorjeiam corujas dão
vozes aos sapos e dos grilos,
que passeiam dura terra filos,
donde longe garrido toa
em passos vorazes à toa,
que almas dos mais simples ressoa,
gestos firmes longe pessoas,
não gorjeiam mais como lá.

Em cismar, sozinho, à noite,
procuramos naufrágio açoite,
vozes gorjeiam surdos mar,
de suas lembranças pia luar,
enclausurados nós pascemos,
carregados em luto, temos,
olhar benigno duma freira,
apercebe-lhe nau sem eira,
afundar pétreo marmor mar.

Presto con fuoco

Venho presenciar esquiva,
veludo humílimo griva,
há crescer do marmor mar,
ânfora nau junto lar,
há de ser langor visão,
almas, entregue ilusão,
parto perfeito deságua,
na fonte do rumor d´agua,
densas sombras que se afogam,
naufragam imensos vão.

Ó jovem poeta que parte,
Musas silentes alardes,
há de nos conter à lágrima,
infinitas tumbas cima,
conduz à luz travessia
da dádiva anestesia,
quando certo dia ramagem
d´águas postaram plumagem,
já esquiva na luz amarga,
visão minha pasce alarga,
terá enfim sombra macia,
de cuja nau pétrea esguia
no marmor da lousa fria,
morre assistir findo dia.

Atravessa, ó Poeta, à vida
dos abismos sermos lida,
escuta estranho colher,
funda mais razão pascer,
cálido assopro desvão,
suave visita e sermão,
alegre corpo terrível
que mais viva ave sabiá,
vagas palmeiras entreabrem
terrível pasce à voz ave,
que não gorjeia à vista suave,
em sopro cálido anúncio,
tíbias garridas dobram fios;
deixem; deixem brônzeos sinos
imenso oficio brônzeos hinos.

Atravessa, ó Poeta, à lida,
sacrifício do naufrágio,
existência sem presságios,
pétreos marmos luz do Carmo,
fará enfim poema da vida.

Adagio

Não posso falar marmor,
Não posso dizer da lida.

VOLTA
Senhora, visão podeis
Diz marmor, ou que lida,
A ambos são frágeis vida:
Dizer — sim, mas não do Carmo;
Falar — não, mas não do fim.

OUTRAVOLTA
Senhora, visão é essa,
Ou que da nau sem-razão!
Que se eu vos indago — sim?
Objetais cá — ó perdão!

Senhora, isso é ilusão?
Oh! Que o é, mas não por fim;
Que quando vós falar — mim,
De um não quisera eu então!

Já nem sei que bem vos vira,
Nem que mais querer vos queira;
visão antes vossa que nossa,
perdão antes que meu que vossa.
Eric Ponty

sexta-feira, novembro 16, 2012

Os pergaminhos e a reminiscência - Éric Ponty

             Pierre Chardin encavalga longamente por textos emblemáticos que desvanecem numa escuma da aragem em seus marginalia; eis que assente o bel-prazer dum pergaminho escrito em texto latino, quiçá de Lucrécio, mas é incerto:

ventus enim quoque paulatim cum verberat et cum
acre fluit frigus, non privam quamque solemus
particulam venti sentire et frigoris eius,
sed magis unorsum, fierique perinde videmus
corpore tum plagas in nostro tam quam aliquae res
verberet atque sui det sensum corporis extra.
praeterea lapidem digito cum tundimus, ipsum
tangimus extremum saxi summumque colorem
nec sentimus eum tactu, verum magis ipsam
duritiem penitus saxi sentimus in alto.


           Finalmente, Pierre Chardin chega ao toste de uma estante mais alta donde as estantes têm prateleiras incrustadas de caracóis marítimos, donde os textos fabricados à perfeição dos violinos que perfazem melodias de W. Mozart, exibem efígies apócrifas, que fariam tremer às almas mais puras que se alçam ao Paradiso. Libertai-nos Senhor de vermos taís efígies impuras:
          Pierre Chardin está incerto entre dois pergaminhos sempre encontra um sexto, donde às brigas dos reis já se degeneram em lutas dadivosas entre as letras rubras esvanecidas.  Pierre Chardin pensava em todas essas coisas quando desejava um pergaminho. O Pergaminho, portanto, é textura de suas imaginações: com uma contenda. O pergaminho previsto o possuía; e quando se chega idade arremetida o espírito se esvanece. Nas estantes, há o murinho dos avelhantados pergaminhos que viram à juventude passar; mas, que ainda não foram prostrados pelos olhares embevecidos de Chardin.  Pierre está sentado em frente  deles. Os bel-prazeres dos pergaminhos agora são reminiscências como nesse poema de Fang Loh donde em sua narrativa poética esse se preocupa em honrar a reminiscência do Rei desvanecido:

No princípio da minha tranquilidade,
Dei vênia  em vigiar concepção,
como meu pai nesse relicário lado,
meus pés podem passar afiançados.

Borne foi que sua vida proclama,
O plano da sua grande mente;
Mas, como realizar esses objetivos
Não impetro, ainda de deparar.

Quando minhas potências mais terei alçado,
para chegar a sua grande altura,
meus passos jamais se desviaram
Ou para a esquerda ou para a direita.

Eu sou, mas uma criança pode ansiar
Guiemos o meu assento para reinar
ou ainda muitos problemas lidar
que ressoa inquietação ainda?

Excelente e poderoso Patriarca,
Possa ajudar teu filho agora dignai!
Com tua alta sabedoria me inspirar,
E sobre teu trono manter-me.

Tê-lo sempre perto, eu tentei,
Minha virtude é prova dessa verdade,
No tribunal, em casa, diante do meu olho,
Formato o teu sempre advir.
Éric Ponty

quinta-feira, novembro 15, 2012

Pequena Quimera à Pierre Chardin - Éric Ponty

              Não se compreende se os historiadores confiam em tudo o que se pronuncia acerca de   Eusebius Sophronius quando este lhe delineia os livros lidos em suas visões divinas; mas o tradutor da Vulgata Latina tranquilamente continua a ressoar na mente de Pierre Chardin  francês com maior raridade e zelo do que a nenhum outro dos tradutores, que dedicaram a fazer uma duma marginalia em seus grossos volumes. Existe um período na vida dos tradutores que se confessa ao orgulho pela imensa amplitude dos autores que conquistamos para à alma, nisso surge uma imensa à melancolia de saber que em breve olvidaremos de distinguir e abarcar, e, é nessa sensação de vazio que brota num relampejo dum raio de Sol  com o odor dos pergaminhos após adentrar às cinzas de civilizações que se resfriam nos lapsos da memória.

                   Abrolha-se em Chardin  uma vertigem que faz estremecer ás páginas e os se lembrar dos  historiadores nos lacres dos dorsos dos pergaminhos, enrolando um depois do outro às visões que promulgam a ruína dos últimos eruditos de ruína em ruína, e arredando o lacre dos sinetes de escrituras dos quais nunca se ouviu falar, e, que imploram humildemente à proteção dos olhares eruditos. 

         O que nos parecia à soma de todos às visões ao abismar-se, é um esfacelo sem fenecimento e sem formato, que a sua devastação pelo Tatalo é demais para ser suprida pelo nosso erudito francês, que o palma do conhecimento sobre os sumos adversários vulgarmente conhecidos como traças nos fez herdeiros de destroços. Somente nas marginalias de Chardin, que  se obtém distinguir, através das divisórias e dos tostes destinadas a desmoronar ante à angústia de que nada se pode fazer acerca do Tálamo duma filigrana de um representação tão afável ser carcomido de cupins.

              Partindo-se de tal visão  e prostrando a memória em noites insones  em direção aos pergaminhos contaminados, encontra-se um soneto, relido com sensatez  de Chardin cujos versos ressoam como se fossem cúpulas de douro, efígies de bronze de todos os deuses como quis Lucrécio - De Rerum Natura murmurando na consciência chardinana:

Deleitar-se por essência os nomes devem
perene vida em ócio imperturbável,
de nós mui além e dos eventos nossos:
imune de agonias, de ameaças isenta,
ricos de seu, de nós não carecendo,
são indiferentes ás virtudes nossas!
Sobre eles o raiva não tem domínio.
Só o homem, cativo á terra, em vida inunda
Acurvava-se à queda intolerância,
Que lá dos céus, visita borda a frente! 

               Em sua mente  gracejadas de estranhos signos como dum teatro onde de repente algum texto olvidado surge à mente, talvez por um caos qualquer que à memória erudita conceba-se diante de tantos textos perplexo olvide-se do soneto murmurar à si:

O acanhado deus de o Amor mentir vez repouso,
por seu lado a sua marca inflamar coração,
embora muitas ninfas, jurem vida casta,
veio dum desfecho por; mas sim mão solteira.

O belo votará teve até aquele fogo,
muitas legiões de imos certos acendido,
E então o general da veleidade tão acesa,
Jazia, dormir, do lado virgem indefeso.

Esta marca ela por extinção frescor bem,
que do fogo do amor tomou calor perpétuas,
Ardendo dum banho e remédio salutar

Aos homens doentes; mas eu, presa do meu amante,
Vieram à cura, disso por que eu provarei:
Fogo do amor acende água; água esfria, não amor.

           Em sua sede donde se concebe sua sala real de leitura, do qual Chardin, sempre se veste com honorável pompa às vezes um galo canta todas as manhãs no alto dum toste. 

           Todas essas lembranças o erudito já concebe por tê-los visto em outros pergaminhos. Mas há particularidades desta é quem chegam numa noite qualquer, quando os dias lavados as nuvens de Era reluzem com os lumes multicores juntos às portas, esses ecos perfazem a mente erudita como num poema chinês a King Wan do poeta Leang Sze :
King Wan, destino, arde agoniado.
e nada aguentou por fazer.
tens direito filhos carecem agora ser airosos.
Senhores do Reino venceram!

No feitio sua força, ausentemos minar;
em nossos corações, vamos santuário ;
há paz se fez em nossos imos,
No instante perdura nosso derradeiro limite.

Intermedeio foi que veio à Chow,
decreto do Céu ao Vosso Louvor.
nos nossos imos Prezamos agora,
ideal passará há ser conosco.

         No fundo somos induzidos nos admirar com aqueles que concebem ter convivido com esses pergaminhos, e, nesta ocasião se sentiram reluzentes em suas almas como uma ode epifanica surgida do acaso como Chardin iluminado pela efígie de Eusebius Sophronius .
Éric Ponty

quinta-feira, outubro 18, 2012

O encontro de Éon com Eusebius Sophronius - Éric Ponty



Eusebius Sophronius antes de consagrar à tradução da Vulgata Latina dedicava-se a ler textos latinos de Poetas, escritores, governadores, militares constituindo-se leitor ilustrado antes de dedicar-se inteiramente com zelo às palavras prenunciadas por testamentos ou velhos testamentos, pois este foi arremetido por um pesadelo ao trono de Deus. Em sua alma abundavam erudição e conhecimento mesmo recluso como coube a um dedicado cultor das letras.
Éon cavaleia longamente por terras selvagens assento desejo duma urbe. Enfim, abeirar-se à urbe donde os burgos têm escadas brilhosas incrustadas de espelhos marinhos, onde se refletem o requinte do Éden. É quando cavaleiro este precário entre duas vertentes sempre se acha na terceira vertente, donde às justas de abelhas se miscigenam em arcas sinfônicas entre os ouvidos incrédulos dos pastores, que entregues à lassidão recitam Ode de Poetas latinos.
Éon ajuizava em todas as coisas quando entrava à urbe, pois conservar-se à caça de Eusebius Sophronius. No imo sabia haver nascido homem, mas, sendo criado como mulher, portanto, à urbe fez-lhe essa querela. A urbe antevista o tinha jovem; acostar-se em idade investida olvidasse os velhos textos latinos, por exemplo, duma Ode de Horácio do qual se remete à Deusa Vênus, e às suas musas pagãs:
Libera per uacuum posui uestigia princeps,
non aliena meo pressi pede. Qui sibi fi det,
dux reget examen. Parios ego primus iambos
ostendi Latio, numeros animosque secutus
Archilochi, non res et agentia uerba Lycamben;
ac ne me foliis ideo breuioribus ornes
quod timui mutare modos et carminis artem,
temperat Archilochi Musam pede mascula Sappho,
temperat Alcaeus, sed rebus et ordine dispar,
nec socerum quaerit, quem uersibus oblinat atris,
nec sponsae laqueum famoso carmine nectit.
Hunc ego, non alio dictum prius ore, Latinus
uolgaui fi dicen …(*)


 Éon ficou a sopesar Ode de Horácio da casta virtude, enquanto pascia pelas sebes. Por que Alceus fez-se supino ao renegar o estilo do Archilolocus? Por que não se cultivou ao tema espiritual, ao mesmo instante, que ele Horácio ateve á técnica poética viril de Safo por zelo surgindo á todos os preparativos iâmbicos  à Lázio sendo lírico latinista ao sagrar à Archilolocus fazendo único sem pares? Eram teses presas há outra época, mas, apesar disso permitia à lealdade dessa escolha duma escola literária. Ao  Alceus fazer-se supino renunciou à divindade, e, o preceito viril de safo com aprestos iâmbicos eivando quiçá ao olvidamento; só por não aplicar-se aos temas espirituais abjurando das regras.  

Na sebe,  por onde incide há os anciãos, que, observam-lhe o viço passar; ele está assentado ao lado destes. Seus bel-prazeres agora são reminiscências dum tempo ido, olvidado por novas luzes. Silente Zeus após apartar os seres andróginos dum raio hora serenos em sua lassidão de deus desposado de crenças, uma, vez que era vítima dum desastre. Outra cultura nascera. 
Éon reflete o encanto da dubiedade do Éden Grego com Éden hebraico. Do encontro de Éon e Eusebius Sophronius pouco se cogitou. Há distintas variantes apócrifas, vertentes que divergem e interligam, mas, há lapsos do tempo, os dentes do tempo roeram o encontro.


(*)Sou guia definir meus indícios velados, sem ofício terra e não se prima por juntar aos limites das outras. O ser que tem - a autoestima regra à colméia. Fui o cardinal a raiar á todos os aprestos iâmbicos  à Lázio, cuja teia me fez cantador da facécia de Archilocus, mas, não a insídia - o tema das palavras presas à Licambios. Na via adornar-me com á mínima coroa era por receio em alterar-se a técnica poética viril de Safo, temperada por Archilocus Musa dos metros; Alceus fez-se supino, mas, adiar do tema com artifício não espiritual, não se alçou há um pai  da  lei do óleo renegado por tetros versos nem com notório poema uniu-se ao pacto. Não se proclamar diante duma outra língua, Eu fui latinista lírico ao consagrar-me.
 Éric Ponty