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terça-feira, janeiro 23, 2018

TRÊS Poemas - Charles Baudelaire - Trad. Eric Viegas

Epigrafe para um livro condenado

Leitor gentil, ser – como só tu o conheces
Homem de saberes não foram corrompidos,
deixe de lado esse humor brusco, razinza, arcaico 
tão orgástico quanto abjeto que tu escondes mim.

Ao menos tu tenhas correto da escola Satã
(Satã dum pedagogo!), os poemas serão gregos
a ti, então tu me farás idiota mais aloucado.

Se, no entanto, teu olho apático pode mergulhar.
Nos abismos em cada página, continue lendo,
Meu amigo: tu vais aprenderes amar-me ainda.

Buscando alma, corréu sofredor em busca, mesmo
Aqui, teu próprio Paraíso, tenha pena de mim,
Se não, Inferno como tu, eu retornarei a vê-lo.

Ao Leitor

A tolice, o erro, o pecado, a sovinice, 
Empatando nossos espíritos e corpos, 
Que nos alimentam nossos amáveis remorsos, 
Como pedintes nutrem seus parasitas. 

Pecados são teimosos arrependimentos, 
Nós fazer pagar muita nossa confissão 
Nossas voltas contentes lodosos caminhos
Crentes vis choros lavar todas nossas nódoas.

Sobre orelha do mal do Satã Trismegisto, 
Que iluda longamente nossa alma encantada, 
E o rico metal tinir de nossa vontade 
É tudo vaporiza por sábio tão químico. 

Este diabo que tem filhos que nos agitam! 
Aos objetos repugnantes que nós acharmos 
Cada dia versa inferno nossos decaídos passos 
São horrores defeitos das trevas que fedem. 

Como um escárnio pobre sexual comido, 
A teta martirizada antiga meretriz, 
Nossas fugas passagens prazeres clandestinos 
Nos incitarmos bem fortes qual velha laranja. 

Abraçando formigar como milhão vermes, 
Em nosso cérebro bródio um povo demónios, 
Quando nós respiramos Morte em nossos pulmões, 
desça ao rio invisível com as surdas queixas. 

Se fereza, veneno, punhal, incêndio, 
Não fazem passar borda de agradáveis desenhos, 
Nas telas banais dos lastimáveis destinos, 
Nossa alma, hélas não está passar suficiente ousada. 

Mas entre meio dos chacais, panteras, os linces, 
Macacos, escorpiões, abutres, as serpentes, 
Monstros estridentes urrar, rosnar, rastejantes 
Em mendicidades infames de nossos vícios. 

Não sendo mais feio, mais perverso, mais imundo, 
Ainda ele nem empurre grão gestos nem grão gritos, 
Não tenha de boa vontade da terra um caco 
E em bocejo tão tíbio engolindo o mundo. 

Este é tédio! _ Olhar carrega choro involuntário, 
Sonha cadafalso fumegante assovio cachimbo 
Tu conheces leitor, este mostro delicado 
_. Hipócrita leitor – meu semelhante – meu irmão! 


Convite à viagem

Meu filho, minha irmã,
Pense do arrebatamento
Para ir lá a viver juntos!
Para amar no lazer,
Amor e morte
Na terra que é quão a ti!

Os sóis aquosos
Desses céus nublados
Para a minha alma encantada
Tão misteriosa
De teus olhos astutos,
Faiscando por meio de tuas lágrimas.
Lá, tudo é ordem e beleza,
Luxo, calma e volúpia.

Reluzentes móveis,
Polido pelos anos,
Ornamento nosso quarto;
As flores mais raras
Misturando teus odores
O ligeiro aroma de âmbar,
Os tetos ricos,
Os espelhos profundos,
O esplendor oriental,
Todos falam lá
Na alma secreta
Sua língua índia doce.
Lá, tudo é ordem e beleza,
Luxo, calma e volúpia.

Veja nos canais
Dormir estes vasos
Cujo humor é errante;
Esta é satisfazer
Seu menor desejo
Eles vêm dos confins do mundo.
- Os sóis de adaptação
Vestir os campos,
Os canais, a urbe finda,
Com jacinto, de ouro;
O mundo adormece
Em uma luz quente.
Lá, tudo é ordem e beleza,
Luxo, calma e volúpia.

TRAD.ERIC VIEGAS


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