E se eu falar que te admiro - de cara,
sem mais prosódia ou tímidos rodeios,
sem nem saber se à confissão te encara
ou se lhe apraz o serviço tais meios?
E se eu falar que sonho com teus versos,
com tíbias, com teu grifo, estátua rara
maneira de falar, com lábios tesos
da pena escorre de uma estrela ampara?
E se eu falar que à noite não pressinto
versos adormecer porque me agarro
à imagem traço em ti desvão que sigo?
Pois eis que o sigo, ardor. Logo me barro
em tua ausência - essa efígie exata
que me perpetra e tece e singra e mata.
E SE EU DISSER - Ivan Junqueira – paráfrase elegíaca de Eric Ponty pela convalência do imortal e irmazão de Poesia.
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